Olhando o Amor, eu vejo-te...
A minha definição de Amor pode ser apenas uma doce ilusão, mas depois de tudo aquilo que passei eu prefiro acreditar que a visão que hoje tenho continua a ser aquela que um dia eu quis crer que era real. Hoje depois de angustias e frustrações eu prefiro continuar a acreditar que mais vale dar e receber do que ficar preso no vazio de não saber amar.
Esta é a minha definição e é para alguém de quem gosto...Ela vem do fundo do meu coração
O que é o Amor? Como se define algo para o qual cada um de nós encontra uma metáfora, um antagonismo, uma explicação? O Amor é bem querer, partilha, emoção, companheirismo e dedicação. É tão simplesmente dar a mão, o ombro e o coração e encarar cada dia junto de quem se ama como uma dádiva dos céus. È ter breves instantes de sonho e profunda felicidade só porque algo existe dentro do nosso peito, um sentimento puro, pleno, intenso que revitaliza a nossa alma e no qual buscamos sempre forças para continuar, para seguir até ao final dos tempos.
Amar é estar sentada num banco da estação à espera de um combóio a escrever para Ti, é acordar e ver o teu rosto, é sorrir de manhã, à noite, ao final da tarde e viver com a suprema felicidade como se a vida fosse um paraíso encantado. Amar é sonhar e acreditar que ao amanhecer o céu estará azul nem que a chuva teime em cair, que o sol será sempre nosso amante mesmo que os seus raios não atinjam a nossa pele. E é por isso que eu sei que amo porque quando fecho os olhos e sinto o bater do meu coração encontro o teu reflexo. Esta pode ser uma visão romântica e alucinada, mas eu prefiro crer que esta é a mais sublime magia que faz a sensibilidade roçar o mais ínfimo poro do organismo numa dança de ternura e paixão numa entrega que vai para além da razão. Porque Amar é ultrapassar os limites da imaginação, e só quem sabe amar é capaz de ver a imensa beleza que preenche a alma e que nasce da comunhão sentimental.
Na carruagem dos sonhos em que agora viajo eu vejo um casal que transpira amor...reparo como os olhos sorriem, como as mãos querem a companhia uma da outra, como as bocas se unem tal qual abelha a inspirar o pólen para produzir o mel.
Com ironia penso porque será que o Amor, que é o escudo e a bandeira pela qual rejo a minha vida me foge sem razão aparente e me é tão difícil de alcançar. Como um tornado arrebata os meus pensamentos, queima o meu corpo a minha mente e depois parte sem uma explicação. E o meu corpo sedento da força da paixão fica jogado num vento cansado de tanto soprar em nenhuma direcção, tal qual navio no meio da tempestade eu fico assim arranhada e desgastada pela simples razão de querer cruzar a minha vida com a tua e não ser um caminho paralelo.
No meio deste devaneio tento arranjar forma de sossegar e é aí que me lembro de Ti, minha doce e serena lembrança, tesouro da minha alma, riqueza do meu coração, anjo da minha realidade, destino, alucinação, crença ou paixão...
Num sonho que me invade sem autorização eu sou capaz de te ver na perfeição e então...Eu percebo que a minha mão não está enlaçada numa caneta, mas antes na tua mão, os meus olhos estão unidos aos teus e não a esta folha de papel e eu vejo-te com toda a ternura que o meu peito é capaz de conter e tu olhas-me com toda a candura que alguém merece receber.
Enquanto isso eu vou escrevendo os contos do nosso conto, os sentimentos que imortalizam o meu Amor, como forma de fazer história dos momentos que podem passar com o tempo, mas que nunca passarão sobre mim.
A minha carruagem está a chegar e no final do meu caminho só te desejava encontrar quando a porta abrisse, mas para que isso aconteça terei mais uma vez de sonhar. Então assim faço imagino o teu retrato na porta de uma estação a esticar-me o braço para eu lhe agarrar a mão, para receber o teu abraço e esquecer nos teus braços a saudade que sinto crescer.