O Dia do Engano

O Dia do Engano

Um conto ou um “CAUSO”. Só sei que aconteceu. Juro que não foi comigo embora em comum eu e a minha personagem tenhamos muito em especial a atrapalhação. A capacidade produzir micos que percebam caros leitores, repovoariam a Amazônia garantindo o fim da extinção da espécie.Faço questão de partilhar para que a Plêiade de atravancados e distraídos não se sinta tão só. Confraternizem-se!

Há uma data que deveria ser instituída. Declarada, quem sabe merecesse um feriado até, tamanho o número de acontecimentos e tantos que se sentiriam compensados, reconhecidos, homenageados. Que tal se houvesse o Dia do Engano?

Sabe aqueles erros, mancadas que de tão grandes não mais podem ser considerados equívocos? Deixam a categoria e ingressam com louvor na fila não dos “meros enganos”, mas dos enormes, gigantescos enganos.

Pois é a minha cara personagem quase saída de um livro de piadas, a minha “divertida” personagem acreditou, investiu, planejou, foi lá... E se enganou.

Há meses travava um entendimento profissional telefônico com certo agente que provia a ela algumas soluções meramente burocráticas. Ainda que eventuais os contatos entre a duplinha foram de certo freqüentes, o que conferiu aos dois certa amizade. Como uma desavisada portadora de um coraçãozinho que bate a toa ela começou a vislumbrar.... Será? Quem sabe....

Contato vai contato vem o negócio chegou ao seu final. A moça concluíra o investimento. Feliz e não feliz. Não precisaria mais incomodar o gentil rapaz. Isso a incomodava.Havia de fazer alguma coisa. No dia que obteve o documento que assegurava a conclusão pensou... “vou até ele levar o papel, fazer uma surpresa, sei lá, está pode ser a última oportunidade, depois que desculpa terei para procurá-lo?”

E assim fez, no outro dia acordou, arrumou-se mais ansiosa que qualquer coisa foi pegou o dito Papel e rumou para o local onde o moço trabalhava. Claro, ele não sabia, a espertinha não avisou, fazia parte do mirabolante plano. Ao chegar perguntou a atendente:

_ Gostaria de falar com o senhor José

A moça retrucou:

_ Qual deles?

Havia pelo menos dois....

A espertinha da minha personagem não lembrava o sobrenome, mas mencionou qual assunto (mais ou menos).

A atendente perguntou:

_ Tem hora marcada?

_ Não,......

Desse modo a atendente tirou lá suas conclusões (ELE só recebia com hora marcada), então a encaminhou:

_ Pode subir, a sua esquerda, primeiro andar etc.

Lá foi ela alegre fagueira cheia de pastas na mão. Quem ia saber? Secretas intenções. A encaminharam para uma certa sala de espera e foram chamar o S. José. Entre risos e papéis fingia ler atentamente algo, para parecer normal. Tudo estava indo bem. Lá pelas tantas vem um moço educado, simpático, risonho, cheio de papéis na mão e diz:

_Boa tarde! Você quer falar com o José?

_ Sim, sou Clarabela....

Ele retruca:

_ Eu sou José, mas não é comigo quer falar, eu conheço a pessoa que estou esperando e não é você...

Dito isso, despediu-se e saiu.

Ela sorriu e esperou, pacientemente. Paciência Oriental. Nunca falha.

Algum tempo passou o José errado foi e voltou com seus mil papéis e nada....

Cadê afinal o José certo? O José “dela”?

Eis que chega um rapaz, sério, formal, desajeitado e fala:

_Você quer falar comigo? Me procurando?

Ela:

Sim, sou Clarabela Blá blá blá... Vim te mostrar o documento que peguei hoje, estou com algumas dúvidas...

O moço super sem graça diz:

_ falamos ao telefone (reticente) não foi?

_ sim... ( tentando mostrar-se animada e casual)

Interagiram por alguns minutos numa conversa sem sentido onde ele a orientava com educação sem nenhuma precisão, sem convencer a ambos que sequer já haviam se falado ao telefone. Ela pensava, nossa nem de longe parece com quem imaginei.... falei tantas vezes.

A conversa findou, despediram-se. Super intrigada junto a um suco num bar ao lado ela se indagava, buscava entender. O que afinal tinha acontecido? A sensação era do feito não feito. Do plano pela metade. Dera errado.

Algum tempo depois ao ver os emails que recebera antes do rapaz, teve certeza. Aquele cidadão que se esforçou para reconhecê-la de fato dela não sabia.

Pior foi ter certeza que o tal que a dispensou sorrindo, educadamente lhe dera um despacho, aquele sim, era quem ela quisera tanto ter falado. Conhecido.

E então? Foi ou não um Duplo e grande engano?

Merece ou não um prêmio a nossa Clarabela?

Pois é, mas não convencida tratou de pegar o telefone e desfazer o feito.

E foi assim.

Rindo muito ambos começaram de fato, a saber, quem realmente eram.

Ainda bem. Já pensaram se esse nó não pudesse ser desfeito?

Bom, o decorrer desse causo ela não me contou, acho que ainda está decorrendo....

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 10/09/2009
Código do texto: T1803525
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