GRANDEZA

Mergulhando para dentro de mim mesmo e jogando sem medo no poço de água cristalina que forma uma gigantesca piscina natural bem embaixo da cachoeira protegida pela pequena restinga de mato que ainda consegue sobreviver da ação degratadouro do homem querendo cada vez mais, adentrar mata a dentro, distraindo sem perceber a si mesmo.

Porém como estou me deliciando deste mergulho sem até mesmo, saber nadar direito, prefiro e quero continuar a me banhar nas águas calmas e frescas que percorre o curso do córrego rumo encontrar com seu amado oceano ir formar o gigantesco mar. Só que ali livre da poluição sonora das grandes cidades solto a flutuar por entre as águas naturais do pequeno banhado, ouso sem perceber o cantar de uma trocal no alto de uma frontosa aroeira secular a refrescar o leito do córrego. E como estava tranqüilo continuei a banhar e no mesmo instante a olhar a trocal a cantar seu canto no alto da aroeira, meus olhos e fiquei quieto a olhá-la e fui transportado para o alto de um gigantesco angico onde assentei-me sem pressa para não incomodar o cantar da trocal.

E bem calmo fui observando as arvores de cima para baixo de suas copas para teus caules e cada uma tem uma forma e jeito de se projetar seu caule umas precisa de bastante cascas outras menos, raízes grossas espalhadas pela terra buscando no sei da mãe natureza, água fresca em seus lençóis para alimentar o teu caule, tronco, galhos, folhas e frutos. Só que o cantar da trocal foi envolvendo meus ouvidos cada vez mais e mais e outras aves veio ajuntar-se a ela em uma verdadeira orquestra, como, juritis, rolinhas, carijos, pardais e até o João-de-barro dava seu toque refinado a esta orquestra. E com este som onde cada mata não se desafina e cada um cumpri o teu papel a tarde foi presenteado toda terra, o sol cedeu o seu lugar as nuvens que o encobriu sem nada cobrar em troca e a brisa suave e calma começou a assoprar e refrescar todo vale e rapidinho a chuva começou a cair bem calma e mansa, e o que esta a me encontrar prossegui seu canto agradecendo por cada segundo tanto que voou para um galho mais alto e começou a espichar suas asas para molhar o teu corpo com os pingos cristalinos que caia da chuva que continuava a cair e retornar para o seu abrigo.

Neste momento sai andando calmo por entre as arvores e encontrei em meu caminho os filhotes da trocal caídos sobre a terra, não contive e comecei a chorar pois eles estavam sem vidas, foi neste instante que percebe que ela no inicio não estava cantando de alegrias mais de tristezas, e com o passar de alguns segundos mudou de lugar e foi agradecer a Ele, tanto pela perca de seus filhotes como também pela dádiva de sua existência.

Onde todas as outras aves veio lhe desejar boa sorte, nesta nova caminhada sem teus filhotes, mais que sua, vida continuava bela e tinha sentido sua existência para todos. Nãos sei se eu compreendo bem o que ela quis me dizer, mais o pouco que sei, que naquela tarde mágica fui presenteado com as bênçãos e graças do meu criador.

Nute do Quara

Ara do Quara
Enviado por Ara do Quara em 10/09/2009
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