JUVENAL O CACHORRO QUE QUER SE CASAR - PARTE II

Jones: "tá vendo Juvenal, como é grande essa Igreja..."

Juvenal: "Tô percebendo. É grande mesmo. Cabe muita gente aqui. E, por que fica esse tanto de gente assistindo?"

Jones: "Juvenal, nas coisas humanas são assim. Se junta muita gente pra ver duas coisas: ou é missa, ou é barraco. Quando tem muita gente junta, é porque eles estão unidos. Os humanos gostam de se reunir. Tem lugares, como em Universidades, que eles só vivem fazendo reunião. Ou em jogos, eles também gostam de se unir. Mas, às vezes, eles se reúnem pra ver desgraças, quando alguém morre também. Quando tem atropelamento, eles fazem até fila, mas não é pra ajudar o coitado não. É somente pra curiar mesmo".

Juvenal: "então, eles tão aqui hoje, porque estão unidos?"

Jones: "pois é, por um lado sim, porque duas "almas gêmeas" estão se juntando pra toda a vida".

Juvenal: "pra toda a vida?"

Jones: é. Você não sabia não? Já, já o padre falará: 'até que a morte os separem'. O casamento é pra vida eterna. Não sei, se isso é graça, ou desgraça, mas os humanos se juntam pra toda a vida. Na verdade, eles falam isso na frente do padre. Porque, quando chegam em casa, a história é outra".

Juvenal: "como é a história?"

Jones: "quando saem daqui, aí é que eles param pra pensar. Vêem que a coisa não é bem assim. Aí surgem as brigas. Quando eles sentem o cheiro de chulé, um do outro, aí começam a pensar que o casamento não é tão bom assim". Já pensou nisso Juvenal: 'se separar por causa do cheiro do chulé do outro? Nós, não temos esse problema. Não sei porque eles inventaram o tal do sabonete, parecem que eles não usam?!".

Juvenal: "rapaz, é assim mesmo?"

Jones: "Pois é Juvenal, é como eu estou te falando. Os humanos só vão pensar nas consequências depois. Aqui, tudo é paixão. Ninguém freia a paixão deles. Depois que saem da Igreja, é que vão pensar nas coisas. Aí, para muitos, o "caldo já derramou". Ai, se arrependem do que fizeram".

Juvenal: "E o que é paixão?".

Jones: "Olha, se você perguntar isso para um humano, eles vão falar duas horas e você não vai entender nada. Paixão, eu vou resumir: é como um doido no hospício".

Juvenal: "dentro do hospicio?".

Jones: "fora!".

Juvenal: "fora?".

Jones: "pensa num maluco correndo na rua pelado...pois é. É igualzinho. Com a diferença, que ele não é preso nunca!".

Juvenal: "Os humanos são mesmo diferentes!".

Jones: "Mas, e o casamento, o que está achando?"

Juvenal: "Eu tô pensando aqui. Então, casamento não é uma coisa boa não, né?".

Jones: "Sinceramente. É difícil definir. Porque os humanos, defendem uma tal de fidelidade. Eles não podem ficar com outros parceiros não".

Juvenal: "Rapaz, e é? É desse jeito mesmo? Não acredito não".

Jones: "Pois é. Esse é o lado ruím. Depois que casa, o homem só pode ficar com aquela mulher".

Juvenal: "Rapaz, eu tô começando a desistir dessa idéia, então..."

Jones: "Tá vendo, porque o seu tio estava te avisando que não era algo muito bom pra você".

Juvenal: "Assim Jones, não gosto não. Eu não resisto as cantadas das gatinhas. Não conseguiria ficar longe dos meus amores. Gosto demais delas!"

Jones: "Pois é, meu caro Juvenal. Fidelidade é uma coisa que eles, os humanos, inventaram. Só que a maioria deles, nem mesmo sabe cumprir. O resultado, é que passam a vida sendo pecadores, dos pecados que eles mesmo inventaram para não infringir".

Juvenal: "Esses humanos são mesmo esquisitos, né?! E dá certo isso?"

Jones: "Olha, foi como eu te disse: em algumas situações dá certo, mas em outras só dá briga!. É por isso que aqui aparece uma porção de testemunhas. Tá vendo?"

Juvenal: "Hum...".

Jones: "Pois é. Eles servem para garantir que o nojento do marido não vá trair a moça. E o pai da moça sempre vem também. Se ele pudesse, viria com uma espingarda na mão. Mas não pode não. Ele tem que fingir que está gostando de entregar sua filha pra esse homem".

Juvenal: "É por isso, que ele tá de cara feia?"

Jones: "É. Exatamente por isso. Quando o padre olha pra ele, aí sorri. Os humanos são assim. Só balançam o rabo na frente do dono. É diferente da gente, que sempre agrada nossos patrões".

Juvenal: "Hum...tô entendendo".

CONTINUARÁ NA PARTE III

arrab xela
Enviado por arrab xela em 09/09/2009
Reeditado em 09/09/2009
Código do texto: T1801569
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