HISTÓRIA DE UMA ADOLESCENTE SAUDÁVEL (III)

HISTÓRIA DE UMA ADOLESCENTE SAUDÁVEL (III)

Sonia Barbosa Baptista

(Conto)

A PROFESSORINHA

Capítulo III

Nada é por acaso. E então, numa das casas visitadas logo no começo, para conseguir crianças para o jardim de infância, nessa casa, foi feito a matrícula de duas meninas e para surpresa, tinha lá um bebê que precisava de leite materno, por estar doente.

E a mãe da professorinha tinha bebê e o amamentava e então:

passou a doar leite de peito, duas vezes ao dia numa garrafinha.

* E havia na escola uma menina de dez anos que frequentava as aulas de reforço em matemática, ela precisava aprender a tabuada, esse era o seu bicho papão.

Muito amável e educada, tentava enrolar a professorinha de todas as formas, chegava a pegar a vassoura e tentar varrer o quintal, assim as horas passariam e ela não precisaria estudar.

Aconteceu por duas vezes.

E depois de tanto pensar como atrair a atenção dela para o dever, mais precisamente a tabuada, chegou à conclusão:

Ela passaria a estudar num horário especial.

E como já tinha visto, que perguntar quanto era (duas vezes dois), não adiantaria porque ela, nem sonhava quanto era, por preguiça ou pelo método difícil mesmo de aprender.

E com o quintal cheio de folhas do abacateiro, ela pedia para a menina pegar algumas e ensinou a tabuada com aquelas folhas.

E explicou tão bem que a menina, em uma semana, já sabia a tabuada cobrada pela professora do grupo escolar.

E sozinha, passou a usar o método que aprendeu e se saía bem nas contas, enfim, na matemática.

Nesse ano escolar, ela foi aprovada, pois antes das aulas de reforço, ela tinha sido reprovada por dois anos seguidos.

Tanta felicidade!

A menina vibrava, estava radiante.

Mas numa tarde, rodando com seu bambolê vermelho, na rua enfrente sua casa, o bambolê agarrou na alça da trazeira do caminhão que passava e o motorista sem ver, arrastou por alguns metros, matando a menina.

Foi muito triste e desesperador, esse momento de tanta dor.

E a professorinha assustada mais que preocupada, passou a pensar se valia a pena tanta responsabilidade, pois ninguém sabe o que pode acontecer no momento seguinte.

A professorinha continuará contando algumas das lembranças guardadas em sua mente.

É por esse e outros motivos que a professorinha disse que:

"Lecionar para tantas crianças é abraçar o dia-a-dia de cada uma, é estar presente nos melhores e piores momentos em que a vida surpreendentemente lhes reserva".

06/09/2009

Breve o capítulo (IV)

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 06/09/2009
Reeditado em 06/09/2009
Código do texto: T1796021
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