UM DIA EM NOSSA CASA

UM DIA EM NOSSA CASA

Nossa casa, ali quieta, parecendo uma fortaleza aposentada, mas bem conservada

Que nos da abrigo, porto seguro de nossos filhos.

Eu e minha companheira, agora sozinhos, felizes, curtindo a vida em silêncio, pensando no nada, viajando no tempo, lembranças do passado.

Revivendo coisas que fizemos e aquelas que não fizemos.

Perguntando porque, tentando achar uma justificativa pra isso ou pra quilo, coisas inexplicávis, nos questionando.

Vem a tona grandes momentos.

Tendo boas lembranças.

Solitários, quietos, cada um num canto se revezando entre o computador e a televisão.

Dou uma volta no jardim, fixo os olhos na casa recém reformada, telhado, pintura, calçada e muros novos, portão eletrônico, que de vez em quando abro e fecho só para ver.

Entro me sirvo de uma xícara de café, ela já saiu pegou o carro e foi ver suas amigas.

Chega o fim de semana o telefone toca uma voz do outro lado diz:

oi tudo bem, como é a pensão ta livre, vou deixar as crianças ai nesse fim de semana.

A mãe responde legal.

E fica combinado.

Quando chego em casa do serviço, pergunto e daí tudo bem, alguma novidade, as meninas ligaram, a mãe diz adivinhe eles vem ai, vão deixar as crianças para pousar, eu indago, qual delas ligou, legal.

É fim de mês estamos sem nada e sem grana, tem que comprar algumas coisas.

Ta bom, tudo bem e vou buscar, o que você quer.

Pouco, coisa para um café.

Vou buscar, volto, largo as compras em cima da mesa, vou pro computador.

A tarde vai caindo, escurece, nos ainda estamos naquele estado de apatia,preguiçosos, quase em estado de hibernação, mas temos que nos espertar, ta se aproximando da hora deles chegarem.

De repente bate a campainha, me apresso a terminar o que estava fazendo no computador, já escuto as falinhas deles que vão direto para a televisão pedindo para colocar no canal de desenhos do Discovery Kids.

Eu apareço, tenho que pedir pra eles “cadê aquele abraço do vovô”, chegam meio dormindo um pouco de mal humor, eu vou cutucando um aqui outro ali, aos poucos vão se soltando, um ri outro chora, daqui a pouco me abraçam, meio na marra.

Os pais um já esta no computador, outro diz vou aproveitar e tomar um banho, porque esse chuveiro do pai é muito bom, de repente um grita amor ta pronta, quase, sai do banho, ele entra toma também aquela ducha quente.

Enquanto isso a mãe já fez a janta, chama as crianças vamos tomar um banho antes do jantar, e diz com voz firme e autoritária,”hoje vão jantar e dormir cedo, não quero bagunça na minha casa” (coitada ninguém escutou nada).

Os brinquedos já estão todos espalhados pelo chão.

Todos sentam na mesa para jantar, é Q sugo pra lá, refrigerante pra cá, cai mais comida no chão que na mesa, eu a catar grãos de arroz, pelo chão, na toalha, de repente é um copo de suco que vira, lá se foi a toalha da mãe. As criança levam um corretivo, as vezes é só elogios porque comeram bastant.

Os pais saem dão as últimas instruções para os filhos se comportarem, obedeçam a vó, não quero choro, as vezes um chora, quero ir junto, acaba levando outra bronca volta chorando a vó fica a consolá-los. Enquanto eu to lavando a louça limpando a cozinha, depois me junto a eles.

A vó corre pro computador, enquanto fico vendo desenhos ou brincando de carrinho e distraindo e ao mesmo tempo matando a saudades desses sapecas.

Chega a hora da novela, daí a mãe vem para assistir a novela e agora sou eu que não via a hora de ir para o computados, pois eles já me deram uma canseira daquelas, termina a novela volto para juntos deles e ficamos umas boas horas vendo desenho, hora apartando as briguinhas deles, as vezes eu consigo convence-los a assistirem um filme que eles adoram e ficam de olhos arregalados, as imagens mais fortes eles mesmo se esconde de baixo do cobertor, a vó grita ta na hora de criança ir pra cama, e assim ficamos até meia noite, eles vão murchando, quando vejo estão dormindo, inocentes, com aqueles rostinhos que mais parecem de anjinhos.

Tem coisa melhor????????? JCS 04/09/2009