HISTÓRIA DE UMA ADOLESCENTE SAUDÁVEL (I)

HISTÓRIA DE UMA ADOLESCENTE SAUDÁVEL (I)

Sonia Barbosa Baptista

(Conto)

A PROFESSORINHA

Capítulo I

Naquele tempo, em que contava quase quinze primaveras, ela não conhecia a palavra "adolescência", que hoje é a razão de tantas desavenças com os pais e com a justiça do nosso país.

Na medida do possível, era uma menina feliz e muito amada pelos pais e irmãos e toda a família.

Era desesperador ter no prato somente o arroz branco como sempre.

Quem sabe ela estava muito mais branca que ele, de tanta vontade comer umas rodelas de tomate, mas não tinha e lembra muito bem que chorava.

O tempo foi passando e completou então, quinze anos.

Era uma moça.

Assim falava-se no seu tempo, quando a menina completava essa linda idade.

Em meio a tanta necessidade, numa casa com dez pessoas e só o pai recebia salário, resolveu então que ia trabalhar.

Pensou e conversou com a sua maravilhosa mãe, sobre abrir um jardim de infância em casa, pois seu pai tinha construído um barracão, com uma mesa enorme de madeira e bancos.

O quintal da casa era grande e daria para as crianças brincarem na hora do recreio.

Numa manhã bonita, saiu de casa e foi em todas as casas onde tinha mais que duas crianças pequenas.

Foi linda a recepção que teve em cada casa visitada. E com isso, conseguiu treze crianças com cinco anos de idade, para começarem a estudar às 13:00 horas.

Durante a semana, mais crianças foram matriculadas com a procura das mães, que encantadas com a idéia de terem uma folga durante três horas por dia, por questão de terem mais filhos pequenos.

Tudo estava dando muito certo.

Ela passou a ser uma princesa para aquelas crianças que sua mãe chamava carinhosamente de “bibelôs”, pelos cuidados especiais que deveria ter com elas, por estarem saindo de suas casas pela primeira vez, sem a presença de suas mães.

Assim, passou a ter uma renda mensal, que ajudou nas despesas da casa.

Não era muito dinheiro, mas dava para comprar misturas para as refeições.

Jardim de Infância São João Batista, este era o nome escolhido. Cresceu tanto que foi preciso abrir mais dois turnos, somando assim três turnos de pura beleza, com crianças que mais pareciam anjos inocentes.

Assim a moça, quer dizer, a adolescente, tornou-se uma conhecida e querida professorinha.

05/09/2009

Breve o Capítulo II

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 05/09/2009
Reeditado em 19/10/2016
Código do texto: T1793303
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