MARIA DAS GRAÇAS, A ALQUIMISTA

Maria chegou silenciosa. Palavras poucas e simplicidade. Sorriso pequeno, econômico, por mais que eu tenha me esforçado em fazê-lo presente.

Retirou da sacola uma boa porção de feijão vermelho de Ubá. Meia hora só de molho - me esclareceu a tempo, antes que eu viesse com a infeliz idéia de deixá-lo de molho durante toda a noite... No tempero, além de sal, apenas alho...Fiquei num canto da cozinha, observando.

Preferi comer aquela iguaria de colher e lamberia o prato, se sozinha estivesse... Não sei se ela é algum tipo de alquimista, mas aquele feijão parecia ter sido feito com ingredientes raros. Raro talvez seja aquele olhar severo, mas de alguma maneira conciliatório, tolerante e maternal - olhar de ave que cuida do ninho, de olho no predador...

Talvez seja esse um dos raros e essenciais temperos para tornar a vida em família aconchegante, harmoniosa e segura...

O nome dela : Maria das Graças, mãe do William Eustáquio da Silva, talentoso escritor aqui desse Recanto.

Ah, sou sogra dele... e ela, a Maria das Graças é sogra de minha filha Luciane Goldstein, igualmente talentosa escritora aqui desse Recanto.

Belinda Tiengo
Enviado por Belinda Tiengo em 25/08/2009
Reeditado em 27/01/2010
Código do texto: T1774342
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