DÁ LINCENÇA QUE EU TÔ PASSANDO
Tô passando de ônibus o sujeito me olha
Não olha na mão esqueda o anel
Vista de cabeça cima a baixo
Despe com vulgaridade.
Sua esposa nem nota que por cima do ombro
O safado bem vestido chifra sem dó.
Tô passando na rua um vendedor olha
Pergunta as horas e pergunta baixinho
O telefone por favor, depois do expediente
Te dou um alô.
Tô passando na praia e debaixo da saída de banho
Até perace que nada tem. O gorgão que nem te conhece
Pega tua mão, finge que te conhece e diz: Quanto tempo!
Pode sentar, tudo por minha conta, eu respiro fundo e respondo:
Tô passando, cuidado para não enganchar diz o seu amigo.
Dá licença que eu quero passar!
Já não temos mais liberdade de uma roupa usar,
Se a saia é muito justa, os homens te olham desejando
Uma calça apertada, as marcas livre estão,
Não dá derto uma vestido sem nada por baixo
E agora o que faço?
É melhor voltar o tempo de outrora
Os índios que estavam certo
Não precisa vestir nada
Dá trabalho pra danado
As mulheres que perdoem
Os homens estão certos
Quanto menos roupa melhor
Ou melhor se nada tiver
Porque quando
Chega a hora
Nada tem valor.