Rainha do mar
Sinto a areia da praia em meus pés e também uma brisa que sopra do mar. É dezembro e o calor faz-se presente todo dia neste local. Levanto-me pontualmente às nove horas. Não sou destes aficcionados de café da manhã; se tiver, eu tomo, se não, não ligo. Procuro ser sempre prático e não dar muito trabalho. Assim que me apronto, vou banhar-me no mar. Ando por toda a orla, todo dia. Quando envelhecer, vou morar perto do mar. Quero desvendar todos os seus segredos e confiar-lhe os meus, que não são poucos. Quem sabe Mãe Iemanjá me leva para as águas fundas do mar e depois me deixa retornar? São e salvo, porém muito feliz. É, o mar também tem muitos segredos...
E eu? O que é que tenho em mente ao me deixar levar pelas ondas seduzido pelo canto da sereia. “Ô morena do mar”. Eu acabei de chegar e não sei nada do mar. Quero apenas deleitar-me em suas praias, comer em suas areias, embriagar-me em suas águas e dormir sob o luar. É pedir muito? Ou é o que todos pedem...? Será que consigo? Ou será isso tudo mais um sonho de uma noite de verão?
Sinto a aura do mar ...
A areia da praia queima meus pés...
Essa brisa noturna me congela...
A maresia me enoja...
E eu continuo amando o mar.
Salve, Iemanjá!
Texto publicado no livro Sangue: literatura e outras loucuras,
de Márcio Martelli, Editora In House (2008).
Sinto a areia da praia em meus pés e também uma brisa que sopra do mar. É dezembro e o calor faz-se presente todo dia neste local. Levanto-me pontualmente às nove horas. Não sou destes aficcionados de café da manhã; se tiver, eu tomo, se não, não ligo. Procuro ser sempre prático e não dar muito trabalho. Assim que me apronto, vou banhar-me no mar. Ando por toda a orla, todo dia. Quando envelhecer, vou morar perto do mar. Quero desvendar todos os seus segredos e confiar-lhe os meus, que não são poucos. Quem sabe Mãe Iemanjá me leva para as águas fundas do mar e depois me deixa retornar? São e salvo, porém muito feliz. É, o mar também tem muitos segredos...
E eu? O que é que tenho em mente ao me deixar levar pelas ondas seduzido pelo canto da sereia. “Ô morena do mar”. Eu acabei de chegar e não sei nada do mar. Quero apenas deleitar-me em suas praias, comer em suas areias, embriagar-me em suas águas e dormir sob o luar. É pedir muito? Ou é o que todos pedem...? Será que consigo? Ou será isso tudo mais um sonho de uma noite de verão?
Sinto a aura do mar ...
A areia da praia queima meus pés...
Essa brisa noturna me congela...
A maresia me enoja...
E eu continuo amando o mar.
Salve, Iemanjá!
Texto publicado no livro Sangue: literatura e outras loucuras,
de Márcio Martelli, Editora In House (2008).