VIAGEM A SÃO PAULO - CAP. V - AINDA EM SAMPA

Viagem à São Paulo

IDA A SAMPA: DA RODOVIÁRIA AO ALMOÇO DE SÁBADO!

CONTOS DE ROZE ALVES

Episódio V

AINDA EM SAMPA...

Roze Alves

Amanhecer-M

A semana transcorria normalmente...

A cada vez que me lembrava de nosso jantar,

voltava a rir muito, aliás isso acontece até hoje...rs.

O tempo ainda chuvoso e frio só me convidava a dormir...

dormir e mais dormir, mas eu não podia ficar assim,

pq quem muito dorme acaba cevando kkkkkkk e

perde as coisas boas da vida.

Liguei para a Camélia e

ficou combinado que nos encontraríamos no dia seguinte, sexta-feira.

Ela estava hospedada, na casa da Judy,

me passou o endereço e embora não soubesse como chegar,

sabia que a mana Alice me deixaria lá,

mas sabia que provavelmente aconteceria o de sempre...

Quando ela chegou a noite do trabalho,

ao lhe contar do meu compromisso,

ficou acertado que me levaria, e rimos muito até a hora de dormir.

O dia amanheceu com uma aparência melhor e

isso me animou, me arrumei e

estava pegando a bolsa quando a Alice me diz: com essa bolsa enorme? (a maioria das mulheres gosta de bolsa enorme

para carregar uma monte de coisas que ela possa a vir a precisar,

na verdade, adoramos carregar um peso...rs)

nem pensar, e me deu uma bolsa onde só cabia a identidade...rs,

me senti de volta a infância levando uma bolsa de pano no ombro,

cruzes, leve demais, e lá fomos nós correndo como sempre

para enfrentar o trânsito.

Conforme estava no papel, o endereço, era pertinho

mas lembra-se do que eu disse que fatalmente aconteceria?

Pois é, nos perdemos e entre as gargalhadas por comprovar mais uma vez o óbvio, pedimos informação e ela me deixou na porta.

O problema de se perder não é só dela, eu saltei diante de um prédio,

tinha uma moça entrando, pedi que segurasse a porta e

corri para entrar junto, olhar o número do prédio para quê?

Era aquele, não, não era, era o do outro lado da rua...

O porteiro me disse com aquela cara de

“coitada, essa deve ter bebido muito na noite anterior e ainda está perdida”, saí tão rapidinho como entrei,

atravessei a rua e entrei no prédio certo, fui anunciada e subi.

É claro que o porteiro tinha visto toda a cena,

mas foi educadíssimo, nem riu de mim na minha presença...rs.

Subi e já entrei rindo no apartamento...

A Camélia estava terminando de se aprontar quando chega a Juma,

nos olha com olhar avaliador paulista e diz para mim:

“com essa sandália vc não vai agüentar andar o dia todo,

vou lhe emprestar um tênis” e foi aí que tudo começou ...

A Camélia brincando, reclamou que não tinha tênis e

a Juma mais que depressa falou que iria em casa,

pegar um que pudéssemos usar.

Foi rápido e na volta me trouxe um tênis e meias,

que muito gentilmente me ajudou a calçar,

claro entre muitas gargalhadas das piadinhas que fazemos sobre nós mesmo. Chegou a vez da Camélia calçar o dela,

quem a conhece sabe, é alta e por isso calça um número maior do

que normalmente nós mais baixas calçamos,

e o tênis não entrava em seus pés nem por um decreto,

chorávamos de rir com a cena dela tentando, tentando e nada.

A Juma teve a brilhante idéia de pegar uma calçadeira,

o tênis entrou, mas era impossível que ela desse um passo,

ficou como colocar uma melancia dentro de uma azeitona,

ela suava, eu rolava de rir na cama e a Juma

a pensar em um outro par que coubesse nela,

tornou a subir e regressou com um que resolveu o problema,

só que era dois números maior do que ela calçava,

e ela calçou e no primeiro passo que deu ,

já tropeçou, ela parecia um Bozo,

toda arrumada e nos pés aquele tênis enorme azul e branco do filho da Juma, mas já estávamos atrasadas e lá partimos nós...

Era impossível não rir, a cada passo um tropeção,

entramos no táxi e o motorista não entendia do que tanto ríamos e

assim fomos até nosso destino, começamos a andar, andar, muitas lojas...

Combinamos de entrar em uma e experimentar roupas de casamento,

alguém seria a noiva e as outras as damas de honra,

demos muitas risadas ao imaginar, mas não deu, que pena!

Vai ter que ficar para uma outra vez esse plano.

As ruas estavam em obras e isso não facilitava a caminhada e

aos tropeções da Camélia, mas foi um ótimo dia.

Tomamos café em uma padaria que servia um enorme sanduíche.

Fico impressionada com os tamanhos.

Fizemos compras, mas ainda faltava um sapato que a Camélia cismou

que “precisava” comprar. Não, não, não, vocês não imaginam a cara

das meninas das lojas quando ela entrava e perguntava se tinha o seu número usual e elas olhavam para os pés dela, com aquele tênis enorme kkkkkkkkkk e imediatamete balançavam a cabeça dizendo que não tinha.

Eram olhos arregalados, risos engolidos,

rubor no rosto e eu sem poder me conter ao ver tudo isso ...

Estourava em gargalhada e a cada cena desta,

eu dizia que não ia me furtar a contar isso a vocês,

e aí está, contei ...

Tivemos muito mais coisas divertidas,

mas teria que escrever muito mais ainda,

vou encerrar aqui porque

ainda conto como foi o almoço do dia seguinte ...