VIAGEM A SÃO PAULO - CAP. IV - O JANTAR

Viagem à São Paulo

IDA A SAMPA: DA RODOVIÁRIA AO ALMOÇO DE SÁBADO!

CONTOS DE ROZE ALVES

Episódio IV

O JANTAR ...

Roze Alves

Amanhecer-M

Entramos no bar!

A primeira vista era um bar como tantos outros,

mas não era, parei para olhar as paredes ao redor e

notei que na verdade era um bar impregnado da antiga boemia,

nostalgia quem sabe, eu não vivi aquela época,

mas acredito que deveria ser muito bom ouvir Nelson Gonçalves ao vivo, abraçadinha com a pessoa amada,

ou beber alguma coisa e deixar as lágrimas correrem

com saudade de um amor perdido.

Já haviam chegado algumas pessoas,

eu não as conhecia, mas estavam elegantes,

vestidas da maneira que pede um jantar a noite,

e eu de jeans, kkkkkkk, sou mesmo desligada dessas coisas,

nem para colocar o meu pretinho básico e

assim compor mais adequadamente o momento.

Mas é o meu jeitinho como diz uma mana muito querida que eu tenho. Cumprimentamo-nos, descobri que eram de uma outra sala

que não freqüento, mas isso na verdade não importa e

sim estarem ali para dividirem a alegria conosco

e se tornarem novos amigos,

Carla Montenegro, Tania, Guardiã das Estrelas, Versada, Jaraguá? SUPER?

E Inana que veio mais tarde ...

Assim deixaram de ser apenas nicks que ouvi falar.

Sentei com a Alma diante de mim e

aguardamos que os outros chegassem

o que não demorou a acontecer:

renata, Judy, Psicóloga, Mensageira, Camélia, Sorrindo Sempre, Juma,

nossa que prazer em conhecê-la,

minha outra mana Alice só veio mais tarde e

aí sim a alegria tomou conta daquele canto a nós reservado,

duvido que o cantinho não esteja com saudade de nós...rs.

Em meio a tantos abraços saudosos,

novas apresentações felizes e muitas risadas,

recebi ainda alguns presentes,

que sinceramente me deixaram meio sem ação,

agradeço o carinho e a lembrança ...

Só faltava uma pessoa, é, minha afilhada, a Luíza do Tom Jobim,

a que tinha arrumado tudo para o nosso jantar,

que enfim chega e sobe a rampa até chegar a nós,

novos abraços e a alegria de conhecê-la,

estampada nas fisionomias, elegante minha afilhada ...

E a noite começa a tomar forma, sempre quando estamos reunidas,

somente rostos sorrindo, ou até mesmo gargalhando, como o meu e da Camélia, somos discretinhas na altura do som da gargalhada,

mas é muito mais que um sorriso,

eu por exemplo, rio tanto que muitas vezes me falta o fôlego e

as lágrimas sempre chegam aos olhos....rs,

muita loucura isso, revezávamos os lugares para poder usufruir

um pouco da companhia de cada um.

As moças que atendiam estavam meio confusas

tamanha a agitação na hora dos pedidos,

cada um queria uma coisa,

certamente para fazer o famoso “o meu está uma delícia, quer provar?”

E é claro que as provas sempre são aceitas e

foi nesse clima que minha afilhada nos apresenta a dona do bar,

muito amiga sua, estava glamourosa em sua saia em tom dourado,

para combinar com os cabelos platinados e

no alto de suas botas de saltos muito finos ...

Claro que ela certamente visita todas as mesas,

mas foi legal receber essa deferência.

Ainda não falei, mas ao fundo o som de uma deliciosa música ao vivo,

baixa o suficiente para nos deixar conversar,

os cantores se revezavam e eram muito bons.

Em certo momento que olho para a porta vejo surgir

um amigo muito querido que há tempos não via,

grito seu nick, engraçado como aceitamos firmemente

esse novo nome de “batismo” que cada um se dá no nosso meio,

não foi coincidência a sua chegada... rs,

eu o havia convidado, mas não achei que viesse,

foi um momento muito bom,

fiz as apresentações de um modo geral e falamos um pouco,

passou para um abraço,

estava no percurso entre a saída do trabalho e a prova

que iria fazer na faculdade,

esse o motivo de não poder ficar,

mas foi bom demais revê-lo e poder apresentá-lo ao grupo.

Muitas fotos, a maioria queria registrar a alegria em estarmos juntos

mais uma vez, e então novos troca-troca de lado,

as mesas eram uma profusão de copos,

pq se rimos muito precisamos estar

sempre com a garganta molhada não é? Kkkkkkkkk...

Então quando começávamos a dar a impressão

a quem olhasse de fora

que éramos pessoas comuns,

surge em nossa mesa o cantor,

noooooossa, sem noção, como dizem os jovens hoje em dia,

elegantíssimo, cheiroso e cantando muito Nelson Gonçalves,

era tudo o que faltava para coroar aquela noite,

ele cantava e olhava para cada uma de nós

que até então nos mantínhamos apenas como ilustres apreciadoras normais,

e ele depois de um instante em nossa mesa,

começou a caminhar para o centro do bar

para ir a outras mesas,

então deu-se o inevitável,

começamos a aplaudir, assoviar, chamá-lo de lindo, kkkkkkkkkk,

eu seguia a turma mas com vontade de me jogar ao chão de tanto rir, escorregava na cadeira,

e ele voltou, claro, quem resistiria a fãs tão calorosas?

Ele se empolgou, tirava para dançar uma por vez,

abraçava, juntava as cabeças e isso sem parar de cantar,

nunca ri tanto em tão pouco tempo,

achei que fosse desmaiar, pq ele realmente é um bom cantor,

mas nós o estávamos endeusando,

fazíamos isso de caso pensado,

uma olhava para a outra e explodíamos em gargalhadas;

e então ele começou a cantar: Marina, morena Marina vc. se pintou ....

fomos ao delírio e na hora elegemos a nossa “Marina” presente a mesa,

que claro foi a Camélia, que se levantou com ar de dama antiga, emocionadíssima pela homenagem, fantástica a “nossa Marina”,

ganhou uma dança inteirinha com o cantor e

muitas “chapas” foram tiradas do momento.

Depois disso ainda tivemos o MIB (em referência ao filme Homens de Preto),

o moço que tocava sax era tal e qual,

inclusive o óculos escuro, marca principal deles..rs,

só que baixinho, mas tocava demais,

também gritamos por ele, mas já estava na hora de ir embora e

assim cada uma de nós foi pegando suas bolsas e

indo pagar suas contas,

já sentindo saudade daquela noite,

não acho que nos comportamos como adolescentes

como se costuma falar,

eram mulheres se divertindo,

sabendo bem o que estávamos fazendo e

com a medida certa de malícia para cada momento,

para que não caíssemos na pieguisse de mulheres maduras

sem senso de ridículo,

o adolescente não tem medidas...rs, mas a saudade iria durar pouco,

no sábado teria mais, seria o dia do nosso almoço ...

E vamos a ele .....