Pseudônimo BESOURO

Tudo começa quando ainda pequeno, no quintal da casa tinha uma parreira que nunca os deu frutos, por mais triste que fosse. Ao lado tinha uma extinta arvore que de lembrança lhe restava apenas o tronco seco. No alto deste tronco morava um besouro de pernas amarelas, que foi amigo de um garoto com poucas companhias, um garoto que desde muito jovem sabia o que era não ter uma pessoa para conversar.

Dia após dia ia ao encontro do besouro, sentava-se no banco que havia embaixo da parreira. A sombra era agradável. Sempre ficava imaginando o que fazia um besouro. Se ele pensava algo, ou se tinha algo que lhe incomodava.

Tinha na casa ao lado três companheiros quase da mesma idade, os poucos que tinha. Durante horas ficavam vendo o besouro voando próximo a sua toca, assim que teve oportunidade procurou pesquisar sobre aquele que muitos temiam. A primeira coisa que observou é que eles não são ofensivos, não são agressivos, e que são muito fortes.

Por muito tempo conversou com ele como se o besouro o entendesse. Depois de algum tempo o garoto ia se sentar embaixo da parreira mais uma vez e não teve a companhia do besouro, seu amigo negro de pernas amarelas havia ido para outro lugar. O garoto voltara a viver a vida como antes era, quando não tinha todos os dias a presença do besouro.

Tudo agora volta ao normal exceto pelo fato de que tinha adicionado conhecimento em sua mente, algo que só iria perceber mais tarde em sua adolescência.

Os dias a principio foram vazios pela falta do besouro, vez ou outra o garoto e sus amigos brincavam no balanço e lembravam-se daquele que nunca saberiam se se havia morrido ou somente ido embora.

Hoje é interessante lembrar de algo que há tanto tempo ficou escondido no subconsciente da memoria. Um dia após doze anos se passarem, fui surpreendido por pensar que não me lembrava de onde vinha o fascínio pelo besouro, parei, e analisei o passado até me lembrar que algo tão banal aos olhos de hoje havia acontecido.

Dali em diante surgia o pseudônimo besouro. O que viraria o besouro que ama apreciar e escrever aquilo que te satisfaz, encanta, ou perturba.

besouro
Enviado por besouro em 27/07/2009
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