DEZ CONTOS
Ao sair do banco ele se depara com um velho amigo.
- Opa, como vai Rodrigues?
- Eita Cacalo, tudo bem contigo? E os livros escrevendo muito? Eu ando acompanhando algumas notícias, tá fazendo um sucesso e tanto hein?!
- Que isso, imagina...apenas alguns “textinhos”, a mídia aumenta muito.
- Por falar em sucesso eu preciso te pedir um favor...
- Manda!
- Tô precisando de dez contos.
- Pô, por acaso cê deu sorte! Tava saindo do Banrisul agorinha!
Mas antes que ele possa abrir a carteira é interrompido.
- Não, você não tá me entendendo, dez contos...dez histórias.
- Ah! Mas assim, cê me pegou de surpresa, dez...
- É, eu sei que é difícil,mas eu te pago.
- Não, não por isso, mas é que você me pegou em um dia ruim, tô meio quebrado, quero dizer sem ideias.
- Pô cara vai se fazer por dez contos, na verdade nem é prá mim, é para o meu filho que começou este ano na universidade, ele vai ter que desenvolver alguns durante o semestre e como você é meu amigo e escreve bem, eu pensei...
- Imagina, longe de mim me recusar a fazer este favor, mas é que aqui comigo eu não tenho mesmo e criar assim do nada...dez, é muito difícil!
- Deixa prá lá, é nessas horas que agente vê a verdadeira amizade. Se ainda fosse um absurdo,cem...mil, mas são só dez contos...dez continhos! Tchau!
- Rodrigues espera aí! Rodrigues não, não vai...Rodrigues!