Mudança, ou quase isso...
Não é fácil viver esta vida, quase sempre estou em algum tipo de apuro, mas o que mais eu queria?. Sou um tipo de escritora fracassa, que saiu de casa atrás de oportunidades, aventuras e vida. Tá bom, não sou tão fracassada assim, tenho meus leitores fiéis, um emprego razoável no jornal, que diga-se de passagem é o motivo por eu ainda não ter ido embora atrás da minha antiga casa, família e um pouco de mimo.
Vivo como se cada dia fosse uma espécie de risco diferente, ora conheço todo mundo, ora não conheço ninguém. Já falei com muitas pessoas nessa vida, chorei com as histórias de algumas, quase ri das desgraças de outras, me senti vazia com a perda de uns, completa com as conquistas de outras. Essas talvez sejam as verdadeiras razões que me fizeram querer ser uma quase jornalista e escritora. As pessoas são bem mais interessantes do que aparentam.
Mudei de apartamento, agora estou em um menos espaçoso, mas aconchegante e inspirador. Da janela posso ver o por-do-sol e também a parede estragada de um hotel. Nem tudo é perfeito, não é?. E eu estou bem looonge disso.
Recentemente andei escrevendo coisas completamente sem sentido, minha vida também está meio assim, bagunçada. Às vezes fico me perguntando até quando vou viver assim, e se mudar de apartamento, emprego, cidade vai fazer alguma diferença. A verdade é que podemos mudar quase tudo, a cor do cabelo, o jeito de se vestir, até a identidade, mas sempre vai ter alguma coisa, que mesmo lá no fundo nunca vai nos deixar ser outra pessoa. Estamos eternamente marcados por algo.
Também mudei o modo de me alimentar, só que eu acho que não vai dar muito certo. Por enquanto, melhor mesmo é me acostumar com o apartamendo menor, a vida meio bagunçada e a parede estragada do prédio da frente.