Quando a fama trai a música...

Era uma banda independente, que apesar de lutar para gravar suas “demos” caseiras, nunca tinha atingido certo sucesso, apesar do talento visível que o grupo, em geral, tinha.

Uma banda de “Speed-Trash-Death-ultra-super-mega-Metal”, entre outras definições que não lembro neste momento, que tocava em vários eventos, como pequenos festivais e aniversários de amigos, financiando sua própria carreira, pois eles mesmos que vendiam parte dos ingressos de seus shows.

Seus shows eram agitados! Os “fãs”, amigos, parentes e entusiastas, entre outros, quebravam os pescoços de tanto “bater cabeça”, em “rodas punk” ou por empolgação.

O tempo passou, e depois de muita luta para se manter na ativa, assinaram com uma gravadora de renome internacional, depois que um dos donos assistiu a um de seus shows, em busca de um novo talento do estilo.

Fizeram turnês internacionais, tocando ao lado de seus ídolos, recebendo elogios e ganhando novos fãs... Parecia a concretização de seus sonhos.

Posteriormente, pela mesma gravadora, gravariam clássicos que entrariam para a história do Heavy Metal.

Em meio a esse sonho, parecia que tudo estava bem, quando, de repente, por pressão da mesma gravadora por conta da queda das vendas de seus trabalhos, mudaram de estilo. Compondo baladas e gravando um DVD acústico, sentiam que algo havia se perdido, mas não hesitaram ao tocar, pois tudo estava dentro do contrato com a gravadora.

Meses depois, a banda se desfez alegando problemas pessoais. O que havia sido perdido? Talvez a mágica que a energia de suas canções transmitia... Talvez não se sentissem mais como um grupo, por constantes brigas e incompatibilidade de egos... Talvez, ainda mais gravemente, perderam a vontade de fazer aquilo que mais gostavam e que mudou suas vidas, por não aceitar tantas mudanças e conflitos impostos pela fama.

Rafael Saraiva
Enviado por Rafael Saraiva em 01/07/2009
Reeditado em 01/07/2009
Código do texto: T1676930
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