O primeiro conto

Francine cansara de esperar a idéia chegar. Sua vontade era a de escrever um conto, o primeiro e o início de uma coletânea a qual comporia seu livro inicial. Para isso, pesquisava, lia, procurava adquirir conhecimentos e mais conhecimentos ansiosamente à procura de uma idéia brilhante que possibilitasse um final surpreendente.

Embora soubesse que todos os assuntos poderiam ser contados de forma a proporcionar uma boa leitura a quem está usufruindo e ao mesmo tempo acrescentar reflexões sobre os problemas sociais, culturais e político, de acordo com suas observações do cotidiano, nada parecia interessante, além das dificuldades que encontrava para começá-lo.

Pensou em diversos temas, até mesmo sobre a construção de um parque infantil em seu bairro. Mas, como poderia deste assunto surgir um conto?

Lembrou-se de Mauricio, um jovem que frequentemente encontrava se neste parque, quando ambos levavam seus filhos para brincarem.

Apesar de a construção ser recente, o jovem gostara da idéia e já incorporara à sua rotina levar a filha Fernanda para brincar.

Mauricio tinha seu lugar preferido, sob uma enorme árvore centenária a qual lhe proporcionava garantia de sombra até o final da tarde. Ali sentado, permanecia horas observando a alegria das crianças.

Francine várias vezes fora conversar com Mauricio, conhecia o do bairro, e já se tornavam amigos de longas conversas e de aproximações mais intimas (ambos eram separados em início de uma nova paixão).

Mauricio, porém, sempre de olho nas crianças, não descuidava um só minuto de Fernanda e de Gabriel filho de Francine, mesmo sabendo que o lugar era seguro. Preocupava-se até em excesso quanto a acidentes.

Entre conversas descontraídas e alegres, festas, passeios, brincadeiras, piadas, crianças, casamento... Surgiam também assuntos de maior gravidade.

- Lembro-me Francine, quando aqui era apenas um terreno abandonado. Quantos anos se passaram para que aproveitassem esta área como espaço de lazer?

-Também já pensei muito sobre isto. Brinquedos tão simples: um escorregador, o balanço, um gira-gira, pista para caminhada e bicicleta, mudaram completamente o aspecto do bairro, sem contar com a segurança que trouxe à comunidade e alegria as crianças.

-Como coisas aparentemente tão pequenas fazem a diferença, dizia para Francine, sem contar ainda a paixão de dois adultos surgindo em um parque infantil. De visualizações infantis construindo sonhos amadurecidos, parece-me até contraditório.

-Eu também acho muito engraçado, Maurício, como poderíamos imaginar.

-São coisas do destino. Mas, já esta escurecendo. Melhor chamarmos as crianças e irmos embora.

-Está bem! Mauricio

-Fernanda, vamos embora já é tarde?!

Fernanda veio em seguida, suando, não demorou a chegar obedecendo ao pai, era uma menina exemplar, mesmo comportamento poderíamos dizer de Gabriel, que em seguida, juntou se a eles.

-Vamos, papai! Hoje parece que brinquei até de mais, dizia Fernanda.

Ao saírem, mesmo calmamente, por um descuido, Mauricio prende sua mão nos raios da roda e cai repentinamente.

Fernanda ao vê-lo caído, age prontamente em seu socorro, com esforço e a ajuda de Francine, levantam o.

-Não se preocupe papai, mesmo que diga não, eu empurrarei a cadeira.

Mauricio fala sorridente, não se preocupe minha filha, mesmo magoado por não ter brincado quando tinha sua idade, devido ao mato alto, e as balas perdidas, sou feliz porque você tem o seu parque e eu a Francine.

Agora, finalmente, Francine tinha sua história para contar.

Edson Alcarde
Enviado por Edson Alcarde em 26/06/2009
Reeditado em 27/06/2009
Código do texto: T1669356
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