UMA SOMBRA

Levantei-me apressada hoje. Como faço todas as segundas-feiras. Ou como faço todos os dias de minha rotina. Mas hoje eu estava triste. Tenho estado triste. E pensar que dias antes eu jurei não mais me entristecer. Mas olhei-te. E a tristeza veio. Pois sei que dormiste com mágoa de mim. De minhas atitudes. Seus olhos ainda fechados pareciam ter uma sombra. Uma sombra que tenho visto sempre e não consigo afastar. São coisas da vida. Coisas que não sinto. Só tu sentes. Mas eu percebo. E me sinto pequena demais para afastá-la.

Será que amar é demais para mim? Será que não sei exprimir a intensidade do amor que lhe tenho? Penso que ele se esconde nessa rotina que me leva sem eu mesmo perceber. E penso que está tudo bem. Que não falta nada. Não faltam gestos. Não faltam palavras. Amor... Sexo.

Mas penso que não consigo convencer com minhas atitudes banais. Mas amo. Deus sabe. Tu sabes... E beijo-te para desejar um bom dia. O coração partido por partir para mais um dia e tu ficares com seus olhos cheios dessa sombra. Queria apagá-la. Mas me sinto pequena e o dia me chama para mais uma rotina.

Talvez a tarde já não haja mais essa sombra em seus olhar. E eu possa convencê-lo de que meu amor será sempre acima de todas as coisas banais. Apesar do cansaço. Apesar da falta de palavras. Apesar dos poucos gestos...
Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 29/05/2006
Reeditado em 16/12/2008
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