MEDO DO ESCURO
Naquele lugar escuro, não havia luz própria, havia apenas uma luz apenas uma luz vermelha, que eu nunca soube o que era.
A luz apagava e acendia, como a das discotecas e deixava minha cabeça, zonza.
Naquele beco escuro e fúnebre, tinha um rato que era meu companheiro de moradia, dividíamos tudo, até a comida, a luz vermelha do segundo andar, também o perturbava.
Naquele canto escuro, havia uma luz que trazíamos no peito mas era muito fraca para apagar aquela luz irritante, lá ninguém via o meu amigo, mas ele sempre dizia que um dia aquela luz ia estragar tudo. Naquela rua existia muitas casas, mas ninguém tinha uma como a nossa, todas eram muitos limpas, na nossa tinha uma lata onde a gente comia, ninguém tinha um prato igual ao nosso, também não se importavam em ter.
Naquele bairro estranho, eu tinha tudo, menos dinheiro, mas também o que faríamos com ele.
A noite saíamos do beco e andávamos pelas ruas da cidade, e de manhã voltávamos, só para comer e dormir.
Naquela cidade, não existia medo, apenas o desprezo, éramos considerados os piores elementos da sociedade, até campanha contra nós eles fizeram, não sabíamos ler mas escutávamos os humanos falando da gente.
Em dia de festas, saíamos da rua e íamos para o meio da cidade, e naquela confusão nem notavam a nossa presença, mas quando acontecia, ou corriam, ou então jogavam pedras, nunca nos encararam para perguntar se éramos felizes , ou estávamos com fome.
A nossa maior dor, era justamente essa, éramos julgados e não podíamos nos defender, e eles se achavam os maiorais, e nós nem ao menos reclamávamos.
No fundo o medo era maior que o desprezo, e eu e meu amigo gostávamos do medo deles, o nosso é que eles um dia nos acertasse, as vezes o medo é maior que a covardia.
Naquele mundo não existia mais nada, o beco escuro, ficou claro, tão claro que nem a luz vermelha adiantava, as latas estão limpas e não tenho onde comer, o meu amigo morreu enquanto comia, e eu com medo fui me esconder em um beco mais escuro que o outro, um beco sem luz e com cheiro ruim, o cheiro não é por causa do esgoto, é cheiro da covardia, nossa covardia.
Naquele lugar escuro, não havia luz própria, havia apenas uma luz apenas uma luz vermelha, que eu nunca soube o que era.
A luz apagava e acendia, como a das discotecas e deixava minha cabeça, zonza.
Naquele beco escuro e fúnebre, tinha um rato que era meu companheiro de moradia, dividíamos tudo, até a comida, a luz vermelha do segundo andar, também o perturbava.
Naquele canto escuro, havia uma luz que trazíamos no peito mas era muito fraca para apagar aquela luz irritante, lá ninguém via o meu amigo, mas ele sempre dizia que um dia aquela luz ia estragar tudo. Naquela rua existia muitas casas, mas ninguém tinha uma como a nossa, todas eram muitos limpas, na nossa tinha uma lata onde a gente comia, ninguém tinha um prato igual ao nosso, também não se importavam em ter.
Naquele bairro estranho, eu tinha tudo, menos dinheiro, mas também o que faríamos com ele.
A noite saíamos do beco e andávamos pelas ruas da cidade, e de manhã voltávamos, só para comer e dormir.
Naquela cidade, não existia medo, apenas o desprezo, éramos considerados os piores elementos da sociedade, até campanha contra nós eles fizeram, não sabíamos ler mas escutávamos os humanos falando da gente.
Em dia de festas, saíamos da rua e íamos para o meio da cidade, e naquela confusão nem notavam a nossa presença, mas quando acontecia, ou corriam, ou então jogavam pedras, nunca nos encararam para perguntar se éramos felizes , ou estávamos com fome.
A nossa maior dor, era justamente essa, éramos julgados e não podíamos nos defender, e eles se achavam os maiorais, e nós nem ao menos reclamávamos.
No fundo o medo era maior que o desprezo, e eu e meu amigo gostávamos do medo deles, o nosso é que eles um dia nos acertasse, as vezes o medo é maior que a covardia.
Naquele mundo não existia mais nada, o beco escuro, ficou claro, tão claro que nem a luz vermelha adiantava, as latas estão limpas e não tenho onde comer, o meu amigo morreu enquanto comia, e eu com medo fui me esconder em um beco mais escuro que o outro, um beco sem luz e com cheiro ruim, o cheiro não é por causa do esgoto, é cheiro da covardia, nossa covardia.