UM BRASILEIRO...DE GUERRA!

Naná é um dos meus amigos queridos, e recentememte completou pouco menos de sessenta anos.

Digo-lhe que logo logo, será vovô!

Um belo homem, vistoso, elegante, inteligente. e guerreiro!

Trabalha com o vigor de poucos.

Quase não nos vemos, porém vez ou outra, em meio a atribulação profissional, ouço as suas histórias.

E foi assim que descobri que Naná é o único brasileiro, o mais novo, duma família de sete irmãos italianos.

O penúltimo está doze anos na frente de Naná, e sua mãe italiana breve será nonagenária.

Mas o mérito desse meu reconto, cujo conto me foi narrado pelas lágrimas de Naná, é o fato de ser brasileiro, digamos, por mero acidente de guerra.

Em meados do século passado, mais precisamente em mil novecentos e trinta e oito, o pai de Naná emigrou para o Brasil sozinho para que assim que estabelecido, voltasse a buscar a espôsa já com sete filhos, que deixara na Itália, inclusive um recém nascido.

Pouco após a sua chegada no Brasil, estourava a segunda grande Guerra Mundial e Mussolini decretou Estado de Sítio na Itália.

Ninguém entrava e ninguém saía.

Em mil novecentos e quarenta e cinco, finda a guerra e seus horrores, ainda demorou cinco anos para que os italianos pudessem se movimentar pelo mundo.

Mas o pai de Naná esperou.Esperou e acreditou. E amou.

Assim que possível retornou à Itália para buscar a todos.

Dois anos depois da chegada de sua mãe e irmãos, nascia Naná, bem brasileirinho, hoje meu simpático amigo ítalobrasileiro, cuja história de vida vitoriosa não teria existido não fossem a infinita força do amor, e a certeza de que a fé remove montanhas...

É o brasileiro mais italiano que conheço!

Naná...tua história é linda!

Nota: Eu te disse que escreveria.