Entrevista - só para mentes abertas

Naquele dia eu cometi tres erros fatai. Se não fosse por eles eu teria conseguido o emprego.

Eu não podia respirar.

Minha respiração estava trancada.

Eu tinha que fazer meu coração parar. Só por dois minutos.

Me concentrei.

Meu coração é uma pedra. Uma pedra morta e gelada. E vermelha. Ai, e sangrando. Senti vertigens.

Nojento.

Eu tinha que conseguir aquele emprego! Minha vida dependia disso.

Eu tinha que ficar calma.

Estava com meu terninho de secretária no melhor estilo Law e Order. Uma detetive séria porém sensual. Ai! Que mentira pra mim mesma. Estava parecendo uma garçonete de padaria.

Olhei pra trás e segui o olhar de alguns meninos. O que eles tanto olhavam?

Ah, claro. Só podia ser isso! Eu era uma garçonete de padaria com uma bunda capaz de chamar a atenção dos estudantes de uma universidade. Já é um começo.

Entrei na sala do diretor sem respirar. Sentei sem esperar convite. Erro número um.

Gaguegei muito na entrevista. Normal. Não é um erro.

O diretor me disse que eu era só um estágiaria e que não tinha competencia.

Eu surtei geral. Erro número 2.

Emplorei pelo emprego e ele disse que pensaria no assunto. ótimo! Já era um começo.

Eu precisava de uma bebida forte.

Na saída um colegial me deteve e perguntou se eu não estava afim de tomar uma cerveja com ele.

O garoto tinha 20 anos. Só dois anos mais novo do que eu. Eu era uma estágiaria desesperada por um emprego em uma universidade. Ele era um estudante riquinho. Eu recusei o convite. Ele disse que se eu saisse com ele e ele me faria um favor.

Eu recusei de novo.

Ele riu de mim e foi embora.

Alguns meses depois eu descobri quem ele era.

Era filho do diretor.

Erro número 3 (?)

Lola Roberta
Enviado por Lola Roberta em 13/05/2009
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