O FEITIÇO VIRA CONTRA OFEITICEIRO > * <

Senhor Chico um homem na casa dos seus 53 anos.

Embalava um bebê no colo assistindo televisão, enquanto conversava com sua filha, de 18 anos que estava no quarto ao lado.

_ Se você esta pensando em sair, pode tirar seu cavalinho da chuva!

_ Já vai começar o jogo de futebol e quero assistir.

Não vou ficar aqui embalando seu filho enquanto você sai pra balada!

Você só sai de casa hoje se levar seu filho junto.

Quero ver o jogo sossegado.

( nisso) _ Olha para seu netinho e diz:

_ Bilú, bilú, coisinha fofa do vovô!!

_ Ai, pai! Deixa de ser resmungão! Sei que o Senhor adora o neto, não vou sair não! Deixa de drama!

_ Drama? Tudo que digo você diz que é drama!

Eu bem que avisei quando você saia... Filha! Filha! Cuidado com os rapazes! Homens não prestam!

Você dizia: _ Calma velho! A vida é uma grande diversão, quem não se diverte não vive!

Agora olha eu aqui com a diversão nos braços! Vem cuidar do seu filho!

( de olho no netinho, sorria e dizia:)

" _ Bla, bla, blá... Bú, bú, bú... Gotoso do Vovô!"

A filha saiu do quarto toda produzida... Pega a criança no colo do pai, e coloca-o no berço.

_ O pai diz:

_ Onde você pensa que vai arrumada desse jeito? Já disse que você só sai se...

_ Calma pai! Não vou sair não! Estou esperando visita.

_ Visita? Quem? Convidou alguém para vir aqui hoje?

Podem ir para a cozinha pois quero ver o jogo!

_ Mas quem é que vem mesmo?

_ Psiu! Pai! ele chegou...

( O pai olha pela fresta da janela e fica todo irritado...)

_ Mas veja só! É o malandro daquele poetinha de merda que te engravidou e não assumiu!

_ Vai pegar a espingarda que seu avô me deixou, nunca foi usada, vou usar agora e veremos o que sai daquela cabeça... Estrume ou poemas... Que pra mim dá no mesmo.

_ Calma pai! Não faça isso! Ele veio me pedir em casamento e assumir o filho.

_ O quê? Ele vai se casar com você e morar aqui em casa?

Por que este traste não pode levar você e meu neto para morar com ele naquele cortiço, onde mora com mais dois vagabundos!

Então morando aqui eu terei que sustentar o preguiçoso... Pois escrever pra mim, é coisa de preguiçoso só fica sentado.

_ Pai, se quer me ver feliz, de uma chance, ouve ele...

_ Eu já ouvi o bastante quando fui falar com ele que você estava grávida, ele me disse:

"Nada posso fazer,

Já fiz minha parte.

Agora é com sua filha.

Gerar e parir."

_ Eu mato esse empiastro se disser que quer se casar com você e morar aqui.

_ Pai! Por favor! Implora a filha!

( Nisso a campanhinha toca mais duas, três vezes...)

_ Já vai! Filho da mãe! Ta com pressa por quê? Tem muitas poesias para escrever?

_ Pai! Trate ele com respeito do mesmo jeito que o senhor trata um vira latas de rua! Será que não dá para respeitar o pai do seu neto?

_ Dá sim! ( debochou o pai) Tenho que respeitar quem embuchou minha filha, me botou um neto no colo, e disse que já tinha feito sua parte!

( O pai abre a porta dá um sorriso forçado e diz: )

_ Boa noite!

"_ Boa noite meu senhor!

Linda noite de calor.

Com as estrelas á brilhar!

Ponho versos á cantar,

e sua filha visitar."

_ Poética boa noite rs... Fiiiiilha!! Cadê a espingaaaarda!!!

_Pai???

( A filha olha para o poeta e diz: )

_ Vem, vem ver nosso filho!

"Oh! Que vejo aqui?

Não posso acreditar!

É o fruto de nossos beijos

de uma noite de luar...."

_ Mas antes de babar no meu neto, se explique por obséquio!

"Meu caro senhor!

Não me julgue tão mal.

Estava quietinho no meu canto.

sua filha apareceu....

E tudo aconteceu."

_ Isso é verdade minha filha? Você quis ter um filho com ele?

_ Sim! Pai! Vi ele declamando num bar e logo me apaixonei.

Comecei a procurá-lo sem intervalo até que ele cedeu.

Eu pensei que tendo um filho traria mais alegria a essa casa, desde quando mamãe se foi, aqui ficou muito triste.

_ Não me diga! Então estou em dividas com vocês por me darem um neto?

"Não se preocupe meu senhor!

A mim não deves nada.

Sei da alegria que senti

naquela doce madrugada

nos braços de sua filha.

Fui o homem mais feliz,

Por isso estou aqui...

Agora o senhor é quem me diz?"

_ Minha filha! Por que não escolheu melhor o pai de seu filho!

Qualquer um que não fosse um saco cheio de rimas...

_ Não implique pai! Ele é o homem que eu amo! Concede nosso casamento?

_ Por mim tudo bem! só não me peça para tratar de vagabundo.

Se pensas que vai cuidar de uma família com poesias está com muito engano, eu trabalhei a vida toda e quase não dei conta do recado.

"Digníssimo sogro!

Que alegria tu me deste

Em aceitar nosso enlace.

Tão alegre me encontro,

Em ouvir belas palavras

que até parecem conto."

( Ouvindo isso o senhor Chico tomou gosto pela coisa e

passou com o genro a poetar...)

GENRRO

" Essa aliança te ofereço

Minha linda e doce amada.

Estar contigo á qualquer preço.

Cedo, tarde ou de madrugada!"

PAI

Dou-te a mão da minha filha

Que pedida em casamento

Para que formem família.

E até estou gostando do poeta,

que antes achava um jumento."

Lee Nunes
Enviado por Lee Nunes em 09/05/2009
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T1584557
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