Boa noite Feliz Natal!
Os natais em família são tão alegres que acabam sempre em briga, quem vai enxugar a louça, quem vai fazer o bebê dormir, porque não deixaram o cachorro preso, quem vai juntar todos aqueles embrulhos que jazem pelo chão.
Num natal, desses que já foram sem deixar muitas saudades, mas que recordamos por alguma coisa em especial chegamos, eu, minha irmã e meus sobrinhos para ajudarmos o pai que estava incumbido das tarefas domésticas enquanto nossa mãe assistia a Missa das 20:00 hs deixando-nos no mais completo abandono. Cortamos os frios, preparamos saladas, aprontamos a mesa e enfeitamos a sala para a entrega dos presentes que já estavam quase derretendo ante os olhares carnívoros de meu sobrinho.
- Esse é o meu, titia? Eu o ouvia da cozinha, sabendo que os presentes pulavam em suas mãos enquanto me perguntava se eram dele.
- Sim, sim, é tudo teu!!! E imaginava se já não tinha feito algum buraquinho no pacote de presente para ver o que era.
Estávamos no mais completo abandono, protegendo os presentes e tirando os carros da garagem para ter mais espaço para a festa quando a mamãe chegou. Entrou numa velocidade dentro da garagem que achávamos que bateria no muro do vizinho, mas freou em tempo e já começou com as ordens das quais estávamos sedentos. Entrou na casa e eu fiquei para tirar o carro (de novo) da garagem para que as crianças pudessem brincar com o cachorro e para tirarmos algumas fotos, quando ouvi parte das instruções:
- Não, esse presunto não pode ficar no mesmo prato que o salame e o queijo, vocês não sabem ainda?
- Mas o que esse vaso de flor está fazendo no centro da mesa?
- Prenderam o cachorro?
- Porque você tirou o carro da garagem? E se teu pai precisar sair?
- Não cortaram o peru ainda?
- Porque esse presente já está aberto?
Nessa última frase, todo mundo olhou para meu sobrinho que baixou a cabeça e foi lá para fora “amarrar o cachorro”.
Tudo refeito. Durante a ceia, todos cansados de fazer o mesmo serviço duas vezes, nossa mãe estava conversando a respeito de um remedinho do tipo relaxante muscular que era natural e até as crianças poderiam tomar.
- Deixa eu tomar um mãe?
E lá foi ela buscar o vidrinho com as pílulas mágicas. Todos quiseram experimentar para relaxar os músculos e aproveitar mais relaxadamente a noite de Natal que prometia ser relaxante. Ela, meu sobrinho e o cachorro se abstiveram de tomar, ele por causa dos presentes, ela porque não estava a fim e o cachorro porque não estava lá.
Na hora da entrega dos presentes, creio que os três se divertiram a valer.