FALTA, ALGUÉM
Dia sombrio, tarde fria, pensamento num vagueio.
Sabe aquele vazio que o vendaval deixa, depois da tormenta ?
Como que procurando as folhas, os galhos caídos. Destroços
espalhados pelo chão e se nada há, que denuncie o desastre... Só, você sabe o que aconteceu - que a tormenta foi desastrosa.
Que houve, no mínimo um maré-moto, que o estrago foi de grande extensão.
Abalou as estruturas, desde o alicerce.
Aí você se da conta de que outras edificações foram apoiadas, sob seu alicerce, e não há arrimo, se a sua desabar outras tantas também o farão...
Então, vamos as escoras:
Um moirão, de 34 metros, cedro ou peroba; talvez pinos de categoria e procedência duvidosa...
Uma caixa de parafusos, com no mínimo seis bitelões acompanhados
por porcas e buchas.
Outra caixa com pregos de aço, hastes “antigas” tempo de quase uma vida,
com tantas porcas, buchas e parafusos, que incontáveis quase se tornaram...
Você também tem lembranças, de tardes de sol e calor, brisa amena,
manso perfume balançar de folhas, que como encantadas e cantando se desprendem, para que novas possam, surgir...
Tardes perigosas! – apesar de tanto canto e encanto...
Não se achava um só, que de fora ouvisse tal canto de ninar, a não ser você.
Então, caiu o manto da tarde sombria e o vendaval se iniciou
... E passou!
Passou .... Então você se dá conta de que contando o tempo, não se deu conta, de ainda faltar alguém... Ou algo...