ESTORIA
Ora, ora, ora quem é que pode me afirmar que nunca passou por situações inusitadas, estranhas, inteligíveis ou sei lá o que. Certa vez a uns bons anos atrás, quando eu ainda era um “molecão” tentando me achar em alguma coisa, “Freud explica”, eu olhava uma placa insistentemente que me chamava à atenção, não era uma grande empresa e nem mesmo eu tinha alguma relação com ela, só me chamava à atenção. Não conhecia ninguém de lá, mas não é que anos mais tarde fui me casar com uma de suas funcionarias a Verônica. Ela me confessou que me via pela janela, só me desejava, mas morria de vergonha de se ver oferecida ao se apresentar.
Uma noite estava numa festa agropecuária, entupida de gente se acotovelando para estar ali e fui para o carro, queria dar um tempo de tanta movimentação. O tinha estacionado e me esquecido aonde e foi quando a vi pela primeira vez, pois ela também tinha perdido o seu e por minutos enquanto “pagávamos esse mico”, de procurar o próprio carro nos topamos e rimos as gargalhadas sem nos apresentar, numa intimidade espantosa simplesmente fizemos troça da trapalhada. Apesar de o meu coração sair pela boca. Que gata! Meu Deus do céu. Foi muito rápido só uma meia dúzia de palavras e pronto e nos afastamos. Infelizmente.
Estava com amigos e nos decidimos ir para uma pizzaria próxima. E quando chegamos encontro outro amigo da minha época de infância, e para minha surpresa ele me apresenta a ela dizendo: — Carlos, Verônica. — Verônica, Carlos. E nos demos às mãos, inesquecível toque. Que fez meu coração querer sair pela minha boca e me fazer tremer feito uma vara verde, por dentro é claro. Em meia dúzia de segundos, nos vimos batendo papo e já sentados em uma mesa afastada da “galera”. Descobrimos até mesmo que conhecíamos pessoas que nos éramos próximas, mas nunca tínhamos sido apresentados. Não sabíamos nem mesmo que morávamos no mesmo prédio. E numa maravilhosa tarde de inverno decidimos juntar os cobertores. Sempre estivemos um do lado do outro, mas precisou de uma mãozinha do destino para nos encontrarmos. E até hoje descobrimos situações ou pessoas afins. Vemos-nos e nos sentimos como bons e velhos conhecidos de outras épocas há anos. Inexplicável esse amor.
DiMiTRi
25/7/2007 13:22