Moro em São paulo!! E agora? CAP. 13 A luta de cada dia

Moro em São Paulo! E agora?

Capitulo 13

Luta de cada dia.

Cheguei com as malas na casa de Fernanda. A partir de agora não moro mais em uma pensão. Divido um apartamento com minha amiga. Bairro? Vila Matilde, zona leste de São Paulo, bem próximo ao metro. Vai ficar fácil de ir trabalhar na loja. Meu novo emprego “O melhor da madeira”. Agora sou vendedor.

Há duas semanas trabalho nessa loja. São muitas as dificuldades, técnicas de vendas, abordagem e conhecimento do material. Também não recebo o vale transporte e nem salário fixo, apenas comissão.

Tenho um pouco de receio sobre essa parte, mas tenho que tentar vencer por esse caminho. E outra lá na loja tem vendedores que trabalha a anos e são pais de família, se não rendesse dinheiro algum ninguém estaria la.

E fora que a empresa é consideravelmente de grande, o total de 12 lojas.

Trabalho das oito e meia às seis da tarde.

Em duas semanas tenho o total de vendas no valor seis mil oitocentos e cinqüenta reais, pouco, muito pouco. Contando que minha comissão é 2,5%.

Nem paga minha condução.

Na casa de Fernanda esta correndo tudo bem. Estamos nos dando bem. Ela trabalha em um escritório de advocacia e é cheia de amigos baladeiros. Me dei bem com a maioria que freqüenta a casa dela. Apenas um que achou um absurdo ela morar com um viado. É! Ele disse assim mesmo.

O apartamento é pequeno. Sala, uma cozinha pequena, e apenas um quarto. Divido-o com Fernanda. Mas como sou gay, não gera constrangimento algum para nenhuma das partes.

Toda noite os amigos de Fernanda saem do trabalho e vão até a casa dela, para beber, fumar e jogar conversa fora ou fumar um baseado. Isso me incomoda um pouco, mas não tenho o direito de falar nada. Então... Melhor ficar calado e ir dormir.

Estendo meu colchão de solteiro ao chão, preparo a cama, encosto a porta do quarto para abafar um pouco o som da conversa que acontece animada na sala, deito-me.

Estou pensando na vida, fazendo planos como costumo fazer antes de dormir, ou estou inventando uma “novela” na cabeça até pegar no sono. Devagar o sono chega. Também estou tão cansado... To dormindo... ACORDO. Acordo com a gargalhada da galera na sala. Tudo bem volto a dormir.

Sete da manha. O despertador. Levanto quase morrendo, mas tenho que trabalhar. Tomo banho, me troco e como de costume não tomo café da manha. Vamos enfrentar a luta do metro. Uma verdadeira luta mesmo...

A estação da vila Matilde esta lotada. Horário de pico. Passo bilhete único pela catraca, entro. Meu Deus. Que inferno é este? Tudo lotado. O metro logo encosta, mas impossível entrar, muita gente na minha frente, e muito mais gente dentro do vagão do metro.

O jeito vai ser ir sentido ao contrario, ir até Itaquera e de lá pegar sentindo Barra Funda. Se não fizer isso não entro de jeito algum. Aprendi essa “tática” logo nos primeiros dias que comecei a usar o metro. O melhor amigo de São Paulo, conforme o estado costume dizer nas propagandas de TV. Caramba!! Cheguei atrasado de novo na loja. Ainda bem que tenho a desculpa do metro. Mas vou ter que começar acordar mais cedo. Senão...

LEO CAMPOS
Enviado por LEO CAMPOS em 27/04/2009
Código do texto: T1562675
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