Moro em São paulo!! E agora? CAP. 12 Falta de sorte
Moro em São Paulo! E agora?
Capitulo 12
Falta de sorte
Minha fama de drogado espalhou-se muito rápido em São Pedro.
Todo mundo comentando. Meu pai não me da mais dinheiro, to mais pobre que nunca. Tenho conseguir trabalho.
Acordei cedo e sai pra conseguir meu trabalho.
Tenho dezesseis anos, nem sei o que quero fazer. Mas não tenho escolha.
O que eu sei é que eu quero dinheiro.
Descendo pela Rua Veríssimo Prado, a rua principal dos comércios em São Pedro. Dei-me conta que estava com vergonha de procurar emprego. Mas tudo bem. Estufei o peito de coragem e comecei...
Vi uma loja de tintas na esquina resolvi que era ali que deixaria meu primeiro currículo. Entrei e um cara com um bigode muito estranho veio me atender.
-Bom dia. Vocês por acaso estão precisando de alguém pra trabalhar?
-Não infelizmente não.
-Que pena. Mas posso deixar um currículo? Se abrir alguma vaga...
-Claro!
-Obrigado!
Nossa ate que não foi tão difícil assim. Pensei comigo. Sai daquela loja e logo entrei em uma papelaria.
-Contratamos semana passada! Disse a garota no balcão.
Pulei então pra outra loja de eletrodomésticos.
-Não aceitamos menor de idade.
Entrei em uma padaria.
Tinha uma cara muito lindo no caixa. Ai não tive coragem de falar nada. Comprei balas e sai. Aqui em são Pedro tem muitas lojas de roupas, mas todas só aceitam mulheres para trabalhar como vendedoras. Que merda.
Desci vi uma lanchonete. Entrei.
-Não!!
Nossa esse foi um não mesmo. Que cara mais grosso. Comecei a ficar meio assim, mas não vou desistir. Passei num posto de gasolina. Não também! Nossa meu Deus me ajuda! Entrei logo em seguida ao posto de gasolina numa loja de materiais de construção. NÃO!!! Em uma loja de artigos e presentes. NÃO!!! Em uma escola de informática. NÃO!!! Em boteco. NÃO!!!
Comecei a me sentir pesado. Uma sensação muito estranha. Que droga! Uma vontade de chorar insuportável. Depois do ultimo não em uma loja de calçados, descidi voltar pra casa. A vontade de chorar era forte. Não sei como explicar, mas parecia ser algo espiritual aquela vontade de chorar. Voltei pra casa então.
Abri a porta de casa e assim que a fechei. Pronto desabei a chorar. Mas ao mesmo tempo que eu chorava eu falava com Deus. Como louco andando de um lado para o outro, e falndo em voz alta tudo o que estava acontecendo na minha vida, confessando meus pecados, meus erros e minha vontade de mudar essa situação. Chorei... e orei com fé.
De repente toca o telefone.
Enxuguei minhas lagrimas, me enchi de força e falei em voz alta.
-Pronto! É meu milagre! Deus ouviu minha oração!
É meu emprego! Eu sei que é! Com certeza alguém me ligando. Afinal deixei vários currículos.
Atendi ao telefone.
-Alô!
-Oi Rafael, é Camila. Tudo bem?
-é...
-Então Rafael to te ligando por que to precisando do dinheiro que a gente fez vaquinha pra comprar a farinha aquele dia. To sem grana. Tem como você me arrumar?
Eu não acreditei no meus ouvidos acabaram de ouvir.
Eu chorando tanto e ainda depois acabo de receber uma cobrança.
Ao inventar uma desculpa para Camila, desliguei o telefone e até parei de chorar.
Isso era demais. Muita falta de sorte.