Moro em São paulo!! E agora? CAP. 08 Descobrindo quem Sou

Moro em São Paulo! E agora?

Capitulo 08

Descobrindo quem sou

No auge dos meu doze anos, eu era moleque, moleque mesmo.

Daqueles que quebram o braço caindo de bicicleta. Que arrumam confusão na rua. Que brincam.

Só não jogava futebol. Não gosto! Prefiro volleyball.

Volley? Isso é jogo pra mulher dizia meu pai.

Ah... mas, e daí? Pensava. Eu gosto.

Minha mãe trabalhava como costureira numa confecção. Das oito da manha às seis da tarde. Eu ia pra escola, mas meio dia estava de volta em casa e passava o resto do tarde sozinho.

Podendo fazer bem o que queria. Às vezes ia pra casa do meu amigo Andre brincar, outras na casa de minha prima. Variava bem minhas tardes cheias de aventuras.

Embora fosse um moleque muito travesso eu era uma criança muito inocente. Juro.

Quando ouvia os outros moleques da escola falando sobre bater punheta, nem imaginava o que era.

Mas como é natural do ser humano um dia a gente da lugar a nossa verdadeira natureza.

Certa vez fui à casa da minha avó paterna, na casa morava minha avó Cida e dois tios solteirões convictos. E estava eu la, como era uma criança muito das xeretas tava simplesmente fuçando as coisas do quarto do meu tio João e embaixo do colchão encontrei uma revista pornográfica.

Meus olhos brilharam quando viram aquilo. Quanto mais que depressa coloquei a revista dentro da minha cueca e sai dali correndo. Roubei.

Fui pra casa. Eu tinha que ver aquela sacanagem. Nunca tinha visto aquilo assim, tão na cara.

Na revista continha cena de um casal transando e legendas embaixo de cada foto contando detalhes. Naturalmente que acabei ficando excitado e foi naquele dia que aprendi de verdade o que era bater punheta.

Foi naturalmente.

Fiquei eu ali na sala de casa me masturbando e olhando a revista. Foi quando comecei a sentir uma sensação estranha em mim, um calor, acelerei os movimentos do vai e vem até que não agüentando mais gozei ali mesmo.

Assustei-me com aquilo que havia acabado de sair de dentro de mim, mas logo vi uma foto do pau do cara saindo o mesmo liquido.

Mal tive tempo de me tranqüilizar cai em choro, pois percebi o que eu tinha feito. Eu me masturbei e não olhei sequer em nenhum momento pra mulher pelo contrario meu prazer foi olhar para o homem.

MEU DEUS SOU BICHA. Pensei horrorizado.

Corri para o banheiro chorando e fui tomar um banho. Eu me esfregava com tanta força me sentindo sujo. Como se com a força que me esfregava a sujeira iria sair.

Mas me dei conta que a sujeira estava por dentro e não por fora e não era com sabão e água que ela iria sair. Chorava demais e não parava de pedir perdão pra Deus.

Perdoa-me Deus! Sou somente uma criança!

Depois desse dia nunca mais fui eu mesmo. Foi descobrindo quem sou realmente que destruiu todo meu mundo.

Cada dia que se passava fui me fechando. A degradação foi aos poucos. Afastei-me dos amigos de infância, me fechei num mundo só meu, fazia planos para mudar para os Estados Unidos para que nem minha mãe e nem meu pai descobrissem a verdade sobre mim.

Cai em depressão e na hora do recreio eu não descia. Preferia ficar na sala sozinho. Assim como eu estava crescendo, meus colegas também estavam e eu já virava alvo das piadas da escola. A bichinha, o viadinho... Isso me doía.

Não via a hora de voltar pra casa e me esconder no meu colchão.

Chegou a tal ponto que comecei a matar aulas. Fingia que saia pra ir à escola, dava uma volta no quarteirão e aguardava a hora que minha mãe saia pra trabalhar. Meu pai saia bem cedinho então não havia problemas.

Quando minha mãe virava as costas eu voltava pra casa pra me esconder.

Fiz isso por um bom tempo. Ate que chamaram minha mãe na escola pra saber o porquê de tantas faltas.

Levei uma surra daquelas do meu pai.

E eles nunca nem quiseram saber o motivo. Fui logo tachado como VAGABUNDO.

LEO CAMPOS
Enviado por LEO CAMPOS em 23/04/2009
Código do texto: T1555053
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