Nem era sexta feira treze... repubicação
nem era sexta feira treze
Naquele dia acordara mais tarde. O sabiá já estava com a garganta raspando de tanto cantar no arvoredo do Convento. Nem escutara os salmos gregorianos das irmãs Claretianas... --Meu Deus!, era preciso levantar, adiantar ao máximo a faxina da sexta. Faltavam ainda os banheiros, a cozinha, a sala de jantar, de estar, de televisão, faltava ânimo, coragem... passara metade da noite no HOSPITAL COM SUA FILHA QUE RECLAMARA DE DORES NO PEITO ... fora às pressas, chorando por dentro, sorrindo por fora... –- Não se preocupe filha, isto é apenas paixão recolhida, mas, para sua tranqüilidade, vamos ao plantão do hospital do coração. Após fazer todos os exames de rotina, graças a Deus, o médico descartou qualquer possibilidade de infarto, mesmo porque, era tão jovem, de aparência tão saudável! O ELETROCARDIOGRAMA HAVIA MOSTRADO AGUMAS ALTERAÇÕES, NADA relevante, , mas, era preciso investigar. Mal o ponteiro do velho relógio de parede tocou o oito , já estava ela ligando para o cardiologista. Explicou tudo, minuciosamente, para a secretária, que insistia que o doutor estava com a agenda superlotada na sexta. – - Tratava-se de uma emergência, o médico plantonista havia alertado para a necessidade de exames complementares, uma investigação mais profunda, argumentara . Então, após muita insistência, ela entendeu a gravidade do caso, e concordou em falar com ele e ligar mais tarde, assim que tivesse uma posição . Não demorou cinco minutos e o telefone tocou. Ela já estava na lida, lavando, secando, limpando, descongelando a geladeira e resfriando a sua cabeça, coisas de dona de casa e de “pãe”. A CONSULTA SERIA àS NOVE E TRINTA, PORTANTO, precisava correr. Iria parar tudo, pra que correr tanto? -- A vida não é nada, evapora como o orvalho da manhã, , pensava consigo mesma. Mas, tinha ao menos que limpar a geladeira, pois poderia perder os alimentos. NUM PISCAR DE OLHOS FARIA AQUILO. Era preciso agilidade e rapidez... foi aí que, ao correr com a gaveta, escorregou na água escorrida sobre o azulejo impecável da cozinha, e pluft.... foi parar na pia.... a perna serviu de freio e o pulso de apoio. A dor era tão intensa, que mal conseguiu gritar a filha doente... então, como toda mãe, segurou mais uma vez a dor, as lágrimas, , a preocupação... queria mostrar-se forte. Queria sair dirigindo, levar a filha, falar com o doutor, deixar de lado a mão, a perna, a dor, mas, não conseguia sequer mexer o braço...como dirigir? Um pânico apoderou-se dela naquele momento..Rogou a Deus, para poder cuidar de sua princesa, trocaria tudo, até o vício pela poesia... falara em pensamento com Ele. Mas, não houve acordo. A vida é feita de opções. A perna sangrava, o edema do pulso se avolumava, as dores se intensificavam ... teve que chamar o filho que já havia saído para o trabalho. Aos prantos e desesperada, uma passagem do evangelho de Jesus martelava-lhe a cabeça: " Marta, Marta, tu te afliges com muitas coisas, mas só uma é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada”.
BENVINDA Palma
Está difícil escrever de braço engessado....rsrsrs desculpem-me as falhas... a ausÊNCIA