A ESCOLHA DE UMA MÃE

Ela olhou os pequenos famintos que agora

dormiam ternuamente.

Os olhos frios não manifestaram o pranto de

sua alma.

Em seu íntimo a dor e a revolta se agitavam

e gritavam feito exilados da própria felicidade.

Os sonhos haviam diluidos com as mazelas da

realidade.

Olhou o velho porta retrato e sorriu amargamente

diante da foto desgastada pelo tempo.

Ele havia jurado diante de Deus em sua casa honra

e proteção.

Em vão a deixara no vento, assim como a família que

constituiram.

Aonde estaria ele neste momento, perambulando pela

grande metropole ou escondido em algum beco.

Era como um filme, todos os dias ele voltava cabisbaixo

maldizendo a vida.

Tentava em vão convence-la que o amanhã seria de

colheitas.

Tardava o amanhã chegar, faltava lhe o ânimo e a

coragem se mudara para terras distantes.

Dando um profundo suspiro acarinhou as cabeleiras dos

seus anjos e os beijou carinhosamente.

Uma lágrima silenciosa teimou em cair, rapidamente ela

limpou com a palma da mão.

Apanhou a bolsa e saiu sorrateiramente para a rua.

Com passos firmes caminhou por várias quadras até

chegar a um imponente carro.

Deu um profundo suspiro e abriu a porta.

Lá estava ele seu demonio salvador.

Seguiram em silêncio até um belo conjunto de prédios.

Consumaram o ato e ele entregou a ela algumas notas.

Indiferente ela sorriu e ele a deixou no mesmo local que

apanhara.

Ao descer do carro não havia culpa ou remorso.

Não mais sentia a lúxuria da moral, suas escolhas não

ofereciam este previlégio.

Caminhou apressada por entre a multidão e entrou num

mercado.

Escolheu alguns produtos pagou e saiu.

Ao chegar em casa seus anjos já estavam acordados.

Silenciosa preparou a mesa e os serviu.

Felizes e sorridentes eles saborearam os pães, bebericaram

o leite.

Ela os observou sentindo a paz em seu íntimo depois de tantos

meses de fragilizações.

Quando ele chegou não indagou, se sentou e se serviu.

Cansada ela ignorou rindo sarcasticamente da ironia da vida.

Se recolheu em seu quarto pensando que a coisa certa nem

sempre é a correta.

Mas sua família estava unida e saciada.....

(camomillahassan)

CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 15/03/2009
Reeditado em 15/03/2009
Código do texto: T1487948
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