O porco do Natal!
O porco do Natal!
Aeroporto de Jacarezinho, norte do Paraná. Maria vinha de uma briga com o marido Joaquim. Eles não eram casados, só viviam juntos. Mesmo assim já tinham 6 filhos. Maria era afro descendente, Joaquim Também. Maria muito bonita, cerca de quarenta anos. Trabalhava como merendeira na escola do bairro. Joaquim já tinha 60 anos e era radialista. Sempre ajudou Maria. Mas ele tinha muito ciúme da mulher. E então, um dia romperam aquela relação de mais de 14 anos.
Foi aí que o personagem Helio entrou de sola. Ele já paquerava Maria, quando ela ia ao boteco. Helio vivia de pequenos trabalhos. Sempre agradou os filhos de Maria. E ganhou o coração da criançada. Agora estavam felizes. Helio era também moreno e tinha cerca de 18 anos. Foi morar com Maria numa pequena casa, mas confortável.
Como o salário de Maria era muito pouco, a vida foi ficando difícil para o casal. Helio não gostava de trabalhar. Sempre saía com os amigos em busca de aventuras e pequenos furtos. Numa dessas avançadas, Helio consegue roubar um porco que traz para a casa de Maria. Para a criançada aquilo foi uma festa. Fizeram um pequeno chiqueiro no fundo do quintal. E diziam que aquele porco seria engordado para o Natal. Todos os dias eles saíam atrás de lavagem e comida para o porco. Helio parecia orgulhoso. “O rango do Natal estava garantido, meu!”
O calor de Jacarezinho era insuportável, naqueles dias de novembro, quase 40 graus. Maria sai do serviço e olha para o porco no chiqueiro. Não tinha cobertura. Ela fica com dó do animal. Hélio como sempre não estava presente. A mulher resolve pegar uma jarra d`água da geladeira e jogar nas costas do animal para que se refrescasse. Ela nunca pensou que aquilo provocaria um choque térmico e acabou matando o porco. Helio chega lá correndo e chorando:
-- Maria, sua louca! Você matou o nosso porco, meu!
Hélio ficou inconsolável, Maria ficou acabrunhada e as crianças choraram a morte de seu porco de Natal.
Theo Padilha
Joaquim Távora, 13 de março de 2009.