Fenelon, Humildade, Foi Sua Excelência

Era uma manhã calma, tudo muito suspeito, o ar estava como que a embalar um coro de anjos. O sol, trazia ameno seus raios e vez ou outra, pássaros voavam de galho em galho, nas árvores do quintal. Mas que vida ele teve!

Chegamos, lá estava ele deitadinho, respiração lenta e calma.

O moço que servira o Exército, mas, não seguiu carreira. Passou a tropeçar nos móveis da casa da velha mãe. Sendo observado pela irmã, que acabou por descobrir o que lhe afligia. O Médico, este parecia ter mesmo nascido para o ofício, foi tiro e queda no diagnóstico. Bem, restava-lhe apenas passar pela vida afora, assim, cumprir os dias ... que fatalidade! O apagar das luzes de seus olhos, cegueira, ela era agora sua cruz. Arranjou uma vara e resolveu cutucar abacates e os vender no Mercado Municipal. Às vezes cantarolava alguma coisa e batia palmas, a fim de distrair sua alma e ajudar a passar o tempo. Talvez, tivesse dentro dele uma luz, e só ele sabia que a tinha. E essa luz o tivesse ajudado a viver seus breves dias.

Raramente tomava seu banho-de-sol, taí a palidez extrema e de tanto ficar deitado ficara encurvada suas costas, carcunda.

Chega o Médico, Já velho, bem gordo, se percebia até pelo caminhar, de voz firme. O mesmo que anos atráz o examinara. Disse que sería breve, era o fim. O Frei, alto, magro, andar leve, de voz calma, cumpriu seu dever. A irmã, ajudada por uma amiga, Elza, deram um banho nele. Quando retorno ao seu quartinho, o vejo de terno preto, estava-se terminando de calçar-lhe as meias pretas, ele com as mãos juntinhas, uma vela acesa e elas rezando. As lágrimas incontidas desciam pelo rosto da irmã, que bem pertinho disse-lhe: - Fené, meu irmão, acompanha a oração, você está me ouvindo, faz um sinal. Ele deu a ela o sinal, apertando-lhe a mão e quando terminaram, uma lágrima, desceu de um de seus olhos. A lágrima do alívio.

Micaella Nina
Enviado por Micaella Nina em 08/03/2009
Reeditado em 20/03/2013
Código do texto: T1476096
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