VENDEDOR DE LARANJAS

VENDEDOR DE LARANJAS

O ponto dele era entre a Avenida Bahia até Avenida Anhanguera. Fazia o quadrilátero completando com A Rua José Hermano e Rua Catalão. Vez por outra o encontrava nessa agitada Campininha onde o estacionamento está cada vez mais difícil, as ruas cada vez mais abarrotada de carros. Até pensei em mandar uma carta ao prefeito campineiro solicitando que ele desmanche um pouco daquelas casas velhas e faça mais estacionamento. Ora veja só desviei do assunto.

Parei perto do velho mercado e logo ali perto de onde era a Frango, estava ele vendendo as suas laranjas. Aproximei-me peguei uma já descascada com aquelas máquinas que pelam a casca e fui fazer a tampa do lado de baixo da laranja, ou seja, do lado contrário da haste, quando ele veio interferindo:

- Oh amigo é do outro lado...

- Você não lembra de mim. Das outras vezes, duas ou três e lhe disse que desse lado ela começa mais azeda e termina mais doce...

Quando ele interferiu:

- Sei muito bem de cor e salteado da sua explicarão, aquela que o senhor me falou do açúcar no copo refresco, que ele desce para o fundo do copo, a tal de lei da gravidade e que com a laranja acontece o mesmo quando ela está lá dependurada...

- e então porque você está orientando-me a abrir a tampa do lado de baixo?...

- Sabe amigo eu comecei a vender daquele jeito mais comecei a perder muitas frutas. Do jeito que o senhor me ensinou está certo para a gente. Mas para o pessoal daqui não, quando eles começam a chupar do lado azedo, acham que toda fruta está azeda, então não querem pagar e aí para não perder a venda eu oriento para eles começarem a chupar pelo lado doce e assim eles nem percebem que do outro jeito que é o certo, começar pelo lado azedo e acabar pelo lado doce, como se sabe gosto é gosto...

Goiânia, 28 de julho de 2008.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 22/02/2009
Reeditado em 04/08/2011
Código do texto: T1451962
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