VIVA E DEIXE VIVER

Acordei rindo para as paredes. Acredite! Cinco e trinta e oito. Quem em juízo perfeito acorda em pleno feriado, nesse horário, e rindo? Não sabe? Pois meus caros! Os amantes amados acordam com um belo sorriso enquanto os pássaros cantam na brisa da manhã. É o amor. Melhor natal da década. Saímos pela Rua Grimaldi para alcançarmos a av. Padre Anchieta. Lojas de todo tipo. Um sossego.

A serra do itatins esta deslumbrante com seu manto verde brilhante abraçada por uma pequeníssima formação de nuvens no seu cume. Como tudo é fantástico. Dormir, acordar, viver. Tudo é muito bom. Sinto-me leve como essas nuvens que repousam antes de partir para sua jornada. Em falar em partir é melhor apressarmos. É natal, verão, paz, liberdade. Aqui o sossego impera.

Antes de chegarmos à avenida nos regozijamos com esse clima de verão e organizamos tudo para que nada seja esquecido. Aqui é fácil abrir mão das obrigações e se perder nos prazeres de um lugar paradisíaco. E de repente:

- Cuidado!

No susto, perguntei:

- O que é isso?

Espantada pela pergunta, obvia, ela me alerta que são carros. Olho ao meu redor e me vejo cercado por motos, carros e bicicletas e seus condutores ensandecidos. Uma loucura! Aliás, quando me dei conta me apercebi do risco que corria pela minha desatenção. Pudera ficar atento a riscos nesse paraíso, a beira mar, é uma façanha absurda, mas deixa pra Lá, o negocio é comprar pão para rabanada. Vai ser fatiado e passado no vinho ou leite e nos ovos batidos para serem fritos e polvilhados com açúcar e canela em pó. Uma iguaria indispensável no natal.

Saímos ilesos daquela muvuca e chegamos ao supermercado. “Lotadérrimo” tinha mais gente que o maracanã no final de campeonato. Só que ao invés de festa, gente estressada brigando com as caixas pela falta de moedas no troco ou pela demora provocada por eles mesmos. Um absurdo! E o pior é essa convocação através do telefone celular de mais aliados para essa invasão. Chega!

Outro dia sofria com a falta de um vento. Um ventinho que fosse. O calor assolava minhas energias e ouvia um leve assobio imitando o roçar do vento nas quinas das paredes, telhados ou frestas das janelas que tentavam impedi-lo.

Saudade do inverno e a força gélida de seus ventos. E naquela tarde era ela o imitando para convocá-lo para nos refrescar, e não é que o gesto carinhoso surtiu um efeito refrescante. Veio com ele uma garoa revigorante a abraçar-me. Aqui tem praia pra todos e com certeza o mar vai tirar esse estres.

DiMiTRi

25/12/09 12:40