Futebol sobre todas as coisas
Waldomiro sempre torceu pelo mesmo time de futebol, desde criancinha.Tinha verdadeira adoração pelo clube.Na infância, procurava se relacionar com meninos que compartilhavam da mesma paixão que a dele.Adolescente, matava aulas para assistir ao seu time do coração jogar.As namoradas ficavam em segundo plano quando o assunto era final de campeonato.
Conheceu Amelinha em seu trabalho.Teve medo da aproximação, já que era melhor nos assuntos futebolísticos que outra coisa. Só no final do ano, numa dessas festas que os patrões ofertam aos funcionários é que tomou coragem de se aproximar dela.A roupa que Amelinha usava foi decisiva para arrematar de vez o coração do fanático: a moça usava justamente as cores do time que ele tanto venerava.Coincidência? Sim, veio saber depois que a amada além de não torcer pelo mesmo time que ele.Pior: torcia para o seu maior rival nos campos. Quase desistiu, mas a paixão foi mais forte.Cedeu.
Casados, a mulher sucumbiu aos desejos do marido: virou a casaca, ou seja, passou a torcer pelo mesmo time que o dele.Vieram os filhos –dois meninos - que logo foram doutrinados na mesma cartilha do futebol que ele estudou.
Com o nascimento das crianças, Amelinha que sempre esteve sabidamente em segundo plano na vida do marido , perdeu ainda mais colocação.Era como se ela não existisse.Tinha sido posta para escanteio.
Cansada do fanatismo do marido, pediu a separação.Alugou um apartamentinho para ela e as crianças e viviam modestamente. Com a vida refeita, arrumou um namorado.O homem era muito bem quisto pelos pequenos.
Um dia, chegou aos ouvidos de Waldomiro o namoro da ex-mulher.Deram-lhe todos os detalhes: como era o rapaz, se tinha posses, a relação dele com as crianças e etc.Cego de raiva, apanhou o revólver e seguiu em direção ao apartamento de Amelinha. Chegou gritando:
-Com a mulher você pode fazer o que quiser, mas não vai fazer os meus filhos mudarem de time, seu desgraçado! – apontando em direção do torcedor rival.
Deu dois tiros a queima roupa e saiu orgulhoso, com o dever de pai cumprido.
(Maria Fernandes Shu- 06 de fevereiro de 2009)
Waldomiro sempre torceu pelo mesmo time de futebol, desde criancinha.Tinha verdadeira adoração pelo clube.Na infância, procurava se relacionar com meninos que compartilhavam da mesma paixão que a dele.Adolescente, matava aulas para assistir ao seu time do coração jogar.As namoradas ficavam em segundo plano quando o assunto era final de campeonato.
Conheceu Amelinha em seu trabalho.Teve medo da aproximação, já que era melhor nos assuntos futebolísticos que outra coisa. Só no final do ano, numa dessas festas que os patrões ofertam aos funcionários é que tomou coragem de se aproximar dela.A roupa que Amelinha usava foi decisiva para arrematar de vez o coração do fanático: a moça usava justamente as cores do time que ele tanto venerava.Coincidência? Sim, veio saber depois que a amada além de não torcer pelo mesmo time que ele.Pior: torcia para o seu maior rival nos campos. Quase desistiu, mas a paixão foi mais forte.Cedeu.
Casados, a mulher sucumbiu aos desejos do marido: virou a casaca, ou seja, passou a torcer pelo mesmo time que o dele.Vieram os filhos –dois meninos - que logo foram doutrinados na mesma cartilha do futebol que ele estudou.
Com o nascimento das crianças, Amelinha que sempre esteve sabidamente em segundo plano na vida do marido , perdeu ainda mais colocação.Era como se ela não existisse.Tinha sido posta para escanteio.
Cansada do fanatismo do marido, pediu a separação.Alugou um apartamentinho para ela e as crianças e viviam modestamente. Com a vida refeita, arrumou um namorado.O homem era muito bem quisto pelos pequenos.
Um dia, chegou aos ouvidos de Waldomiro o namoro da ex-mulher.Deram-lhe todos os detalhes: como era o rapaz, se tinha posses, a relação dele com as crianças e etc.Cego de raiva, apanhou o revólver e seguiu em direção ao apartamento de Amelinha. Chegou gritando:
-Com a mulher você pode fazer o que quiser, mas não vai fazer os meus filhos mudarem de time, seu desgraçado! – apontando em direção do torcedor rival.
Deu dois tiros a queima roupa e saiu orgulhoso, com o dever de pai cumprido.
(Maria Fernandes Shu- 06 de fevereiro de 2009)