ANTES DO SOL POENTE...
Treze horas dum dia qualquer, um dia tão comum que acabara de nascer como todos, às raias dum último (MAS IMPREVISÍVEL) sol nascente, e que deixaria um rastro de nuvens cinzas...
De repente, ele decidiu que a vida morreria ali com ele, tão subitamente como um resfolego que se rouba do ar...para a última expiração.
Julgou que seria melhor assim.
-Uma sirene chegou-alguém a avisou.
Era tarde demais.
A história acabava ali, numa fria maca de hospital, no silêncio dum sangue que jorrava escuro e indiferente à vida.
"Mas por que você fez isso?" - ela pensou consigo mesma...
Ninguém sabia a resposta. Ele sequer lhe respondeu, porque também ele não a sabia.
Alguns sinais lhe sugeriram desespero.
Acabara de mirar na cabeça um projétil de arma de fogo, num dia
que nascera, mas que tão cedo já se ia...bem antes do pôr-do-sol.
Um dia tão frágil e imprevisível, quanto os sóis de cada um de nós...