O RONCO DA POROROCA

– 04/04/06

Os ribeirinhos respeitam, tremem de medo de enfrentar a pororoca, fenômeno ocasionado pela agressão do mar ao pacato rio. Em represália a pororoca vem arrebentando e dilacerando tudo que encontra na margem do rio. Seu ronco de dor e ao mesmo tempo de indignação, mostra a grandeza da brutalidade sofrida. Árvores caídas para dentro do rio, barrancos arrancados pela força das águas. Em águas mais ou menos turbulentas o fenômeno para alguns é de uma beleza fenomenal, dá um arrepio e uma emoção que só vendo, para outros, é temor, é medo da onda gigante, que vem do mar e invade os rios da bacia amazônica, requerendo todo cuidado.

Ronco que tem hora, dia, mês e local para ocorrer, ronco muitas vezes silencioso. Cortado apenas pelo marulhar do banzeiro e a maresia do rio, mas que deixa marcas - sequelas do sofrimento. Como é belo o ronco sofrido da pororoca, fenômeno que acontece duas vezes ao ano, em abril e setembro.Viva a pororoca. Viva!

José Ramos Gomes
Enviado por José Ramos Gomes em 29/01/2009
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