Pecado da "Gula!"
Pecado da “Gula!”
Enquanto eu desligava meu computador já em meu quarto de dormir, dei-me conta de que já era bem tarde passava da meia noite e eu sabia que precisava dormir já que pela manhã acordaria bem cedo para mais um dia de trabalho na jornada da vida.
E assim pensando segui para cozinha mastiguei um punhado de granola e em seguida fui até o banheiro, escovei os dentes e segui para meu quarto já imaginando em reforçar as cobertas, estava chovendo e um pouco frio para o mês de Dezembro.
Mas, quando vou atravessando a sala de estar para conferir se portas e janelas estavam bem fechadas, de repente ouço um grito abafado e de terror como se alguém tivesse sido atacado fortemente em direção de minha janela que dava para a rua. Sobressaltada com aquele grito fiquei arrepiada; me veio um gelo pela espinha, afinal o que acontecera de fato e o que eu podia fazer em uma hora dessas da madrugada? E se eu abrisse minha janela um pouquinho: não, era perigoso podia ser assaltantes perigosos e se me notassem a espiar me matariam ou far-me-iam coisas terríveis como aquele coitado que gritava como em um lamento de dor e pedia socorro para alguém que por ventura o escutasse para vir ao seu auxílio. Seria um bêbado tão somente que deitado sobre a calçada fora pisoteado por pessoas que voltavam das farras ou um indivíduo armando situações para atrair vítimas para roubar e até matar quem sabe.
Voltei para minha cama, cobri-me bem e tentei ignorar aqueles gritos,
pois quem sabe outro vizinho o ajudaria e eu ficava com minha vida em segurança e minha vida era acima de tudo valorosa, eu tinha que crer realmente que era o melhor que faria. Fechei meus olhos tentei dormir mais meu coração estava disparado e minha cabeça quente não parava de me cobrar a cada segundo Mais, de repente pararam os gritos, aos poucos eu me acomodei novamente para tentar dormir umas poucas horas. Comecei a fazer minhas orações costumeiras fui entregando meu dia de trabalho e agradecendo minha saúde, barriga cheia, meu trabalho, minha cama quentinha, meus filhos perto ou longe minha família e a todos que estão abandonados de uma forma material ou espiritual e fui aos poucos relaxando para um sono restaurador e abençoado. Mais de súbito me veio a mente aquele pobre da calçada o que teria acontecido e por que se calara assim, será mesmo que seu silêncio era sinal de que tudo estava bem com ele ou ainda o mesmo teria desfalecido ou até mesmo morrido sem ajuda ali em baixo do meu nariz. Que arrepio!
Uma onda de culpa me invadiu a alma e o corpo. Meu Deus! Eu me omiti, fingi está tudo resolvido tão somente para pensar em meu bem estar, em minha segurança; Se o grito é sempre um pedido de socorro então porque não pensei em mais soluções para ajudá-lo assim como chamar a polícia ou resgate pelo telefone, ligar para um vizinho eu sei lá... O fato é que eu estava duplamente apavorada, pela minha omissão e pelo medo que me assolava agora. Pensei levantar e tomar atitude digna de que minha consciência estava me cobrando naquela hora frente ao ocorrido. Com um esforço tremendo e fora do comum eu tentava levantar-me mais, não conseguia mover um só músculo do meu corpo tenso, recomecei mais uma vez sair da cama, mais agora eu conseguira mover-me e acordei de um pesadelo horrível e feliz; vi que tudo tinha sido um sonho!
Era a comemoração da virada do ano de 2008 para 2009 eu estava na casa de minha filha abusei dos quitutes e olha só que resultado desastroso. Minha primeira noite do ano novo em pesadelos por causa da gula!!!!!!!!!!!!!!
Maria Goretti Albuquerque.