Lamento

É lamparina

É lampião

É terra seca

É sertão

Maria bonita

Veredas

Cavalgada

Manuelzão!

No silêncio do solo seco,o passado entra em cena para colorir o cenário.Talvez um pingo de suor que ficara por entre espinhos e poeira,causasse esta cratera neste chão rico que é o sertão.

O canto da juriti,despertou o lobo guará e fez das borboletas as personagens da peça:O Doce Cheiro da Terra!

A plantação queimada pelo sol,vai dar alimento regrado à vidas que tem a esperança miúda.

Os joelhos dobram-se por sobre a terra e nos lábios, a oração dá força aos sedentos e a fé se agiganta.

Sertão!

Vago por entre a seca e discórdia,nos vales profundos descobrindo o outro lado do sol e como ser invisível visito a miséria que dorme com o desalmado.

O meu cavalo pede água!

Os meus pés pedem equilíbrio!

É uma saga!

À sombra da minha existência,o meu corpo pede água...

E lá do fundo do meu eu,uma voz enfraquecida pelo destino me diz:

- "Tu és o herdeiro do apocalipse,entre a guerra e a hipocrisia!"

Sou sertão

Sou lamparina

Sou lampião

Sou terra seca

Sou veredas

Das Marias bonitas

Feias

Sou Manuelzão!

E o sertão é dentro de mim...

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 18/01/2009
Reeditado em 17/07/2012
Código do texto: T1391865
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.