Lamento
É lamparina
É lampião
É terra seca
É sertão
Maria bonita
Veredas
Cavalgada
Manuelzão!
No silêncio do solo seco,o passado entra em cena para colorir o cenário.Talvez um pingo de suor que ficara por entre espinhos e poeira,causasse esta cratera neste chão rico que é o sertão.
O canto da juriti,despertou o lobo guará e fez das borboletas as personagens da peça:O Doce Cheiro da Terra!
A plantação queimada pelo sol,vai dar alimento regrado à vidas que tem a esperança miúda.
Os joelhos dobram-se por sobre a terra e nos lábios, a oração dá força aos sedentos e a fé se agiganta.
Sertão!
Vago por entre a seca e discórdia,nos vales profundos descobrindo o outro lado do sol e como ser invisível visito a miséria que dorme com o desalmado.
O meu cavalo pede água!
Os meus pés pedem equilíbrio!
É uma saga!
À sombra da minha existência,o meu corpo pede água...
E lá do fundo do meu eu,uma voz enfraquecida pelo destino me diz:
- "Tu és o herdeiro do apocalipse,entre a guerra e a hipocrisia!"
Sou sertão
Sou lamparina
Sou lampião
Sou terra seca
Sou veredas
Das Marias bonitas
Feias
Sou Manuelzão!
E o sertão é dentro de mim...