O dilema de Simone
Vincent Benedicto


Simone com apenas 29 anos, atraente, comunicativa, executiva bem sucedida, apaixonou-se perdidamente por seu chefe e começaram viver uma nova relação regada aos desejos sexuais de ambos, que ultrapassavam os limites da convenção social. Enquanto era apenas fantasia, ela limitava-se aos orgasmos normais. Porém, ao conhecer Rafael (seu chefe) descobriu o outro lado do prazer. Rafael não queria compromisso sério com Simone, queria apenas prazer sexual. A coisa saiu fora do controle! Simone resolveu viver sua sexualidade sem limites, relacionando-se com vários homens e teve sua primeira experiência sexual com uma mulher, junto dele (Rafael). Esta nova situação tornou-se uma constante na vida de Simone. Com os outros homens, Simone apenas se vingava ilusoriamente de Rafael, queria mesmo, era estar junto dele curtindo sua paixão e da nova amante que entrara em sua vida sem pedir licença!
Simone conheceu o outro lado do prazer, que para ela, somente acontecia em histórias eróticas. Tornou-se uma compulsiva sexual. Todavia, sentindo que Rafael e Valquiria – sua nova amante – queriam apenas sexo com ela, resolveu afastar-se dos dois e tentar novamente um outro relacionamento dentro dos padrões normais da sociedade. Pediu demissão do emprego – queria ficar longe dele para esquecê-lo e conseqüentemente longe dela – e seguiu o seu caminho até superar aquela paixão que mudara a sua maneira de ser. No decorrer do tempo, Simone conheceu Mauricio e começaram a namorar. Seu novo namorado é carinhoso, atencioso, a trata como uma rainha, porém, sexualmente é um desastre!
Segundo a psicologia, “a sexualidade feminina é um quebra cabeças gigante, formado por milhares de pequenas peças, quase insignificantes, e, apesar dos avanços nesta disciplina, até hoje ninguém conseguiu completá-lo”.
“Simone é jovem, bonita e sensual. Amou Rafael e, para segurá-lo, abriu, como tantas outras mulheres as portas do seu erotismo. Não funcionou, porque (segundo a ciência) o prazer não é a chave do amor, enquanto o amor com alguma freqüência abre as portas do prazer. Rafael não a amou, apesar do seu sacrifício erótico. Já ela, por amá-lo, superou suas barreiras eróticas. Fizeram sexo selvagem que transbordou sobre outros homens, porém não foi suficiente. Conduzida por Rafael, avançou novamente para além dos seus limites até transbordar a represa heterossexual. Foi quando uma outra mulher deitou na mesma cama”.
É evidente que Simone deu um passo maior do que suas pernas e perdeu o controle do barco, que foi arrastado pelas correntezas eróticas dormentes dentro de si.
Desejo e repulsa se misturam na relação homossexual, agora exclusiva.
Simone agora vive um dilema. Encontrou um namorado convencional, que a trata como toda mulher gosta de ser tratada, porém, se surpreende, quando sente que não é a mesma coisa. A correnteza erótica que desgovernou seu barco, ainda não secou. Simone sente falta de ser tratada como uma prostituta, de ser submissa ao seu homem, de render-se aos seus caprichos eróticos, do sexo selvagem, libidinoso, sente falta de um ser do mesmo sexo para realizar suas fantasias que ainda estão presentes em sua memória. Por outro lado, não quer perder Mauricio, o homem que a ama. A mulher que se graduou em erotismo, pode ser abandonada por frigidez. A sexualidade que falta na cama está intacta na sua fantasia, todavia, não há lugar para ela no seu namoro convencional com Mauricio. Com a ajuda da ciência, Simone vai tentar resolver.
Será que Simone conseguirá resolver este dilema?

O que você diria a Simone?

Aguarde o próximo capítulo.



Obs: Os nomes aqui citados, são fictícios, qualquer semelhança é mera coincidência.


O próximo capítulo já está disponivel no site abaixo:
http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/139859



Vincent Benedicto
Enviado por Vincent Benedicto em 13/04/2006
Reeditado em 18/04/2006
Código do texto: T138329