DESFILE, MIMOSO DO SUL
Foi numa festa nessa cidade,
Mil, novecentos e noventa e oito,
Num resgatamento popular,
Trouxe bastante emoção,
O desfile escolar.
Quanta beleza e ternura,
O povo vibrava a cantar,
Todos seus filhos encantados,
Com a banda Maestro Filizardo a tocar
Passos firmes, mas já cansados,
Pisanto no paralepípido da praça,
Vejo ao longe os alunos
Desfilando com todo ardor,
Obedecendo os toques
Dos pequenos e o grande tambor.
Vejo sobre os terraços das casas,
E dos pontos comerciais,
No alto das janelas
Muitas pessoas,
Apreciavam e aplaudiam,
Essa grandeza da terra
Ao expressar a liberdade,
No contacto com a natureza,
Carros alegóricos descreviam,
Brasil quinhentos anos,
Quanta originalidade,
Encenada, com os distritos presentes
Dando viva a cidade, em perfeita alegoria,
Radiografando o avanço,
Construindo a história,
Quais cenas seram arquivos,
Gravadas na memória.
Os visitantes bem recebidos, vibravam,
Os vizinhos comentavam,
Os adversários, faziam de conta,
Que nada entendiam.
O desfile ia passando,
Uma mensagem ficando,
"Trabalhe e Confie"
Lema da bandeira do Espírito Santo.
"Ordem e Progresso"
Coragem, criatividade para adquerir sucesso.
Nesse vale de graça varonil,
Está situada a nossa cidade
Com seus acerto e erros,
Pertencente ao grande gigante Brasil.
E lamentável que temos em nosso meio
Homens públicos administradores dessa nação,
Ao invés de defender a ética, a cidadania,
Torna-se defensor de elites, covil,
E muita falta de amor, a nossa Patria, Brasil.
Pois bem, o disfile ia passando,
Quando ao meio da praça, em frente ao palanque,
Ele foi interrompido pelo narrador,
O qual começou a apresentar,
Nomes de políticos que fazem biografia,
Em nosso meio social,
Afirmando que também e filha,
Dessa querida terra natal.
Nesse momento, bandeiras amarelas
Misturam-se com as do desfile escolar,
Passou a impressão...
Positiva para negativa,
Já com interesse a disputa
Do próximo cargo eletivo.
Então a propaganda continuou
Mais um e mais um politico, o palanque convidou,
Para ocupar espaço de honra. Ouço o nome de um cidadaão
Honrrado, Filho de Muqui, pede para o palanque ele subi.
E o tal cidadão, o convite recusou,
Fiquei perplexo, intrigado,
Nunca vi, um convite dessa especie
ser recusado.
Até que percebi, quase bem frente a mim,
O tal cidadão,
Trajava um terno marron,
De estado bvem surrado,
Cabisbaixo...
Parecia até chorar, seria emoção?
Mas pelo seu semblante
Afigurava-se decepcionado.
E as apresentações no palanque continuavam.
Nesse momento anunciava a ordem do asfaltamento
De Mimoso a Conceição,
Excelente obra, cara construção.
Depois é que vim a saber, Por que Dirceu
Não quiz subir, era um homem de premunição
Não gostava de enganação,
Ainda mais por antecipação.
Como diz um dia meu felho pai,
Dirceu sempre foi um homem
Honrrado e muito amado.
Eu continuava no meu cantinho,
Já fazendo castelo no ar,
De Mimoso para Santo Antonio Vou me mudar,
Essa vila é meu sonho,
Foi ali que aprendi a amar.
O que penso do futuro,
O futuro também quer,
Cura dos doentes de alienação,
Do poder econômico e da embromação.
Ir á luta é preciso,
E ainda em comunhão,
Realmente, será um desafio
O asfaltamento daquele chão.
Alegria, Alegria...
O desfile até que emfim passou,
Numa demonstração de alquimia,
Bonito, forte...
Os alunos cheios de energia
Comemoravam quinhentos anos.
Tudo em poesia.