PAPAI NOEL 2008
PAPAI NOEL 2008
A vovozinha comprou dois lindos presentes para suas netas com seus parcos recursos ajuntados às duras penas. Elas não deram as caras do dia 24 até o dia 28.
Como esse último dia caiu em um domingo. Ela pensou é hoje que elas virão. Encomendou empadinhas que elas tanto gostam, comprou refrigerantes e sorvetes e passou o dia inteirinho ansiosa aguardando as ilustres visitantes.
Em um momento do dia a vovó brigou com o lobo mau:
- Saia daqui verme, se não sair eu vou lhe dar de presente a lei Maria da Penha.
O verme lobo mau foi refugiar na sua toca um galpão sujo à espera de um raio de felicidade e ficou todo o dia de longe esperando as netas.
A campainha toca várias vezes e na última delas ele resolve se já eram as netas que chegaram.
Sobi os 22 degraus sem ouvir nenhum ruído. Chegando na cozinha vi tudo arrumado pela zelosa vovozinha.
As xícaras novas presentes de algum natal, café quentinho coado na garrafa térmica preta, leite quente na garrafa térmica branca, cheias. Cada uma dentro de pires prontas para serem servidas.
Cadê a vozinha ansiosa, não estava. Cadê as netinhas lindas também não estavam. Deram para a vovó um bolo de natal.
Eu o lobo mau que não tinha nada com a estória senti uma agulhada fina no coração. Ou melhor, senti que lhe haviam quebrado uma perna. Não por mim, mas pela decepção da vozinha. Lembro-me coração não tem perna. Amanhã cedo vou ao médico cardiologista ver se não vou precisar fazer uma ponte de safena.
Ah tem nada não pelo que eu venho passando essa agulhada foi uma agulhada a toa.
Goiânia, 28 de dezembro de 2008.