Extrato de vida II: O velho e a menina.
Foi para frente, voltou para trás. Foi para frente, voltou para trás. Sacou numa das idas e vindas da cadeira de balanço, o fumo de corda. Preparou a palha, cheirou o fumo, brecou a cadeira
Delicadamente e pacientemente fazia seu cigarro. Como um peixe daqueles que tem os olhos saltados, ao seu lado, sentada no meio fio da varanda, estava a pequenininha. Os olhos castanhos arregalados, as mãos a se retorcerem diante das curiosidades que o avô tirava do bolso, querendo muito tocá-las, mas se contendo em olhar com seus olhos de peixe.
O avô volta a se balançar depois do cigarro feito, não o acende, coloca-o no bolso e a menina volta a olhar para frente, para o horizonte do muro e ali fica, a espera de mais uma novidade do avô.