Clodoaldo

Quando Clodoaldo recebeu a ligação de seu cliente pedindo para ir até a biblioteca no Flamengo, não imaginava a complicação que seria para chegar lá.

Imediatamente abriu o registro de chamadas e procurou o contrato em sua pasta. No exato momento que o metrô parou na estação do Leblon, bruscamente, por sinal, Clodoaldo quase se estartalhou no chão, mas seus papeis não ficaram no "quase". Espalharam-se por quase todo o vagão.

"- Piloto problemático", remungou.

"- Eu acho que é maquinista", falou um homem de terno, muito bem arrumado. Gravata com direito a prendedor e tudo. Enquanto falava, abaixou-se ajudando a pegar os documentos, inclusive a identidade de Clodoaldo que havia voado longe.

"- Que seja, mas tudo bem, obrigado!"

"- Não por isso."

Clodoaldo não se conteve:

"- O senhor é advogado?", peguntou.

"- Não senhor, mas porque a pergunta?", retornou o homem.

"- Sempre pensei que advogados seriam boas pessoas; quando eu for patrão, irei contratá-lo..." , finalizou e já ia saindo quando o engravatado disse:

"- Contratar?!, mas o senhor nem sabe o que eu faço?!"

E sorrindo Clodoaldo sentenciou:

"- Faz boas ações, e, isso basta!"

Prima
Enviado por Prima em 17/12/2008
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