NUANÇAS DO ALVORECER
Quase final de madrugada, e a chuva ainda chora, tamborilando nas folhas, gotículas de lágrimas que respingam e deslizam pela janela do meu quarto.
No horizonte, a claridade briga para disputar seu espaço com os gases poluentes aprisionados entre nuvens alaranjadas, que no crepúsculo dos tantos ontens, pulverizaram a atmosfera sem a mínima piedade.
Luzes que aguardam o Natal- nunca desistem!- e ainda piscam nas janelas dos apartamentos, mesclando de nuanças os indícios dum sol tímido que teme despertar.
Um Bem -Te -Vi acorda e saúda a já quase manhã, que sempre deriva das noites apressadas, e eu sei que seu vizinho Sabiá já despertou há tempo!
Os pássaros sempre insistem em cantar a poesia.
Um motor ronca lá na avenida...e a vida desperta.
Mas a chuva continua a choramingar, como que prenunciando todos os futuros incertos...
Então, faço uma oração, e peço por todos nós.