QUEM AMA NÃO MATA!

QUEM AMA NÃO MATA!

Luana é uma bela moça. Filha de pai alcoólatra, cresceu pobre e muito pobre. Não demorou muito para cair na errada vida. Ainda muito jovem arrumou dois filhos. Com a morte do pai ela foi morar com a mãe e um irmão. E assim viveu até que encontrou um rapaz por quem se apaixonou e até foram felizes. Adilson cortava cana na região onde moravam e Luana trabalhava de doméstica. Os filhos foram criados pela avó. Luana e Adilson tinham muitos amigos. Sua pequena casa sempre tinha festa. Muita bebida. Adilson tinha vários irmãos. Quase todos cortavam cana.

Uma pessoa que freqüentava muito a casa do casal era João, um instrutor de capoeira e Zé Galinha um amigo dos dois.

Um dia de madrugada, Adilson havia se levantado e foi para o ponto onde o ônibus rural o apanhava. O pai dos rapazes sempre os acompanhava até o ponto para conversarem. A vida andava difícil. Nesse dia Adilson havia se esquecido do garrafão de água que não podia faltar. Ele e o pai voltaram para apanhar o garrafão, quando depararam com uma cena marcante. Ao entrar na casa encontraram o seu amigo Zé Galinha e a Luana de roupas íntimas. Foi a gota d água para o pobre rapaz. Nem foi trabalhar e seu amigo, sumiu do lugar. E foi o fim daquele relacionamento.

Adilson foi morar com seus pais. Luana ficou na casa. Ali ela recebeu muitas visitas. E Adilson tinha que passar por ali para pegar o ônibus. E quando passava era insultado. Chifrudo!, Corno!, - Era o que mais ouvia de Luana e sua colega.

Adilson a amava e até toparia uma reconciliação. Luana não gostava dele. Tinha medo dele. Sempre que brigavam o rapaz apontava para o facão de cortar cana, que estava pendurado na parede e dizia:

- Veja bem o que está te esperando! – e mostrava o facão.

Um dia de chuva Adilson não foi para o trabalho. Passou toda a tarde bebendo num bar próximo a casa de Luana. Luana tinha a visita de uma vizinha. Ele entrou de repente na casa, apanhou uma faca e partiu para cima de Luana. Estava escuro e eles lutavam no quintal. A vizinha não tinha visto a faca na mão de Adilson e pensou que eram socos que ele desferia. Essa vizinha correu chamar seu marido. Quando o vizinho chegou viu eles engalfinhados um sobre o outro e também só foi perceber a faca quando segurou na mão de Adilson e a lâmina brilhou. Adilson havia desferido várias facadas em Luana. Adilson levantou e saiu correndo, ainda com a faca na mão. Luana estava quase morrendo no chão. Suas vísceras chegaram a sair para fora. Mas ela ainda segurava a barriga. O vizinho, que foi um herói, socorreu a moça, que está viva hoje. E Adilson levou 10 anos de prisão.

Theo Padilha, 21 de novembro de 2008

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 21/11/2008
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