BOLSA DE FEIRA
Roxinha trabalhava numa casa de família e, quando nasceu o seu primeiro filho, ela deixou o emprego.
-Por que você não vai mais trabalhar aqui em casa?
-É o meu marido, comadre, que não quer que eu trabalhe fora para cuidar melhor do nosso filhinho.
-Não me abandone, viu? Venha sempre me ver e traga o meu afilhado, para que eu possa abençoá-lo.
Todo mês, Roxinha visitava a sua comadre.
-Que bom te ver, comadre! Nossa! Como o Miguelzinho cresceu!
Cada visita era uma alegria para as duas, principalmente para a ex-empregada que nunca voltava para casa com as mãos vazias.
Quando nasceu a sua segunda filha, passaram a ir os três.
-Já vai, comadre? É cedo! Fica mais!
-Não posso. Mais tarde, os ônibus passam muito cheios e é melhor irmos agora.
-Então, espera aí que eu vou pegar uma sacola, para colocar essas coisinhas.
-Não precisa, comadre. Eu trouxe a minha de casa.