A CALÇA NOVA
A calça era de linho.
Branca.
Comprida.
Engomada.
Cinturão de couro trabalhado combinando com o suspensório.
Os pés virados e a braguilha com quatro botões.
Era a primeira vez que eu ia para uma festa vestido com calça comprida. Saí eufórico da casa...
Os outros meninos todos vestidos com calças curtas.
Só eu estava vestido como gente grande.
Aquela história de meia com cano virado era coisa do passado.
A partir de agora só meia Lupo com o cano quase chegando aos joelhos.
Mas as horas foram passando e a produção de urina chegou ao limite da bexiga.
Antes, com a outra calça, era só levantar a perna curta e fazer o xixi em qualquer poste, arvore ou muro que estivesse mais próximo.
Com o calção então era muito mais fácil, bastava prender a camisa no dente, baixar o cós e fazer o serviço.
Agora a situação estava ficando apertada...
Tinha que achar local adequado e abrir pelo menos dois botões.
Finalmente um sanitário, mas parece que os esfíncteres relaxam quando estamos no local adequado.
A falta de habilidade para com os botões, a iminente evacuação, o nervosismo... Não deu tempo... Molhou tudo, até o sapato novo.