Favela Sex
- O que a gente faz agora?
- Tá tirando? Tu vai embora. E rápido.
- Não posso sair assim, desse jeito. Queria conversar.
- Fica pra próxima, mina. Dia desses a gente troca uma idéia.
- Me fala mais de você...
- Não tenho nada pra falar, não.
- Mas então é assim que termina? Eu vou embora e pronto?
- Tu pensou o quê? Que a gente fosse jogar gamão, xadrez, stop?
- Sei lá... queria te conhecer melhor. Assim é meio sem-graça.
- Tu é folgada, hein?
- Não fala assim... você não me conhece...
- Bom, já sei que tu tem a boca grande demais.
- Você prefere que eu fique quietinha?
- Prefiro que tu suma.
- Só porque você já tem o que queria?
- Mais ou menos isso.
- E é o suficiente pra você?
- Por hora, é.
- E amanhã?
- Que tem amanhã?
- Você faz de novo? Arranja mais uma e pronto?
- Quase certo.
- E dá um jeito de sair como gostosão de novo?
- Tu que tá dizendo, mina.
- Quem é você?
- Sou eu. Mais nada.
- Não acredito que você seja assim sempre.
- Quebrei seu galho, pronto. Não me deve nada. Sai fora.
- Mas eu queria mais que isso.
- Não dá. Some.
- Olha pra mim. Deixa eu conhecer você.
- Esquece. Tá perdendo teu tempo aqui.
- Tudo bem. Eu tenho a noite toda.
- Mas eu, não. Vai pra casa, vaza.
- Eu não quero.
- Não força a barra. Sai fora, porra!
- Merda... é sempre a mesma coisa. Desde que meu irmão assumiu o controle do morro eu nunca mais consegui ter sorte com os garotos.
- ... o Carniça é seu irmão?
- É.
- Fiquei sabendo que o cara passou o Cebola. Jogou no microondas.
- Eu sei... antes de tacar fogo ainda cortou os dedos do coitadinho...
- Sério?
- É... o mais triste é que o Cebola tinha terminado comigo um dia antes...
- Porra, mas que insensível esse Cebola...
- Muito...
- Bom, bola pra frente, né. Mas me diz aí: gamão, xadrez ou stop?