PESADELO
Passei o dia todo em casa. Não tinha nada para fazer. Isso às vezes acontece porque no dia anterior sexta-feira, já fiz tudo, para no sábado poder descansar tranqüilo.
As horas são sempre iguais mas quando não se tem qualquer ocupação parece que demoram para passar.
A noite chegou e estava um pouco fria não deixando expectativa para algum passeio.
Depois do jantar como de costume assisti um pouco de televisão.
Quando estava para dar mais ou menos vinte e duas horas fui para a cama.
Não estava com muito sono mas por falta de opção era a melhor escolha que eu tinha no momento.
Pelo menos estaria protegido dos males do mundo.
Fui para o quarto.
Troquei a roupa para dormir, apaguei a luz e deitei.
Demorei um bom tempo para pegar no sono. Devo ter adomecido mais ou menos uma hora depois.
De repente me encontrei em um lugar muito estranho: árvores secas, buracos, pedras enormes e de espaço em espaço saia uma fumaça quase que branca da terra.
Apesar de sentir aquilo meio estranho no entanto não sentia medo.
Subitamente percebi que não estava sozinho, mas não conseguia ver ninguém perto de mim.
Logo comecei a sentir arrepios que corriam o meu corpo todo e a minha pele toda úmida de suor. Uma sensação muito diferente.
Logo por detrás de um das grandes pedras, surgiu um vulto,que tentava se aproximar de mim.
Sentindo algo estranho pensei em correr, mas de que adiantaria?
Não tinha ninguém para pedir socorro, portanto o único jeito era esperar para ver o que ia acontecer.
E o vulto foi se aproximando.
Tentei perguntar quem era e o que queria. A voz não saia.
O medo foi tomando conta de mim e eu já não sentia as pernas, estavam bambas e mal aguentavam o peso do meu corpo.
Eu tremia como as asas de um beija-flor e o meu corpo estava todo molhado não dava mais para suportar a situação.
Num lance o vulto chegou bem pertinho de mim e lentamente foi erguendo um dos braços. Então eu pude ver que era alguém conhecido que já havia morrido.
Quando estava para me pegar, dei um grito sufocado e cordei.
Já sentado na cama procurava forças para levantar e acender a luz mas não conseguia.
Puxei o fôlego com força enchi o peito e num esforço me coloquei de pé.
Acendi a luz. Que alívio!
Estava no meu quarto era apenas um pesadelo.
Aproveitando que estava de pé, fui até a cozinha tomei um copo de água e voltei para a cama.
Naquela noite foi impossível dormir novamente. O medo não deixava eu adormecer...